l_alceu2.gif (5765 bytes)
   

Letras

:: V ::

VAMPIRA

J. Michiles

Levei um trote
Em plena multidão
Ela me deu um bote
Bem no meu cangote
Me botou no chão
Naquele alvoroço
Mordeu meu pescoço

Parece mentira
Aquele beijo foi um
Beijo de vampira

Mordeu, mordeu
Quase que me devora
Logo foi embora
Fiquei sem saber
O seu telefone,
Seu nome, e agora
Vampira, cadê você?

VASSOURINHA AQUÁTICA

Matias da Rocha/Joana Batista Ramos/Alceu Valença

Pelo palhaço que pula
Pelo pulo, pelo salto
Pelo farol, pelo porto
Pelo balanço do barco
Pelo sagrado segredo
De quem dança e faz o passo
Pelo palhaço que pula
Pelo pulo e pelo salto

Terra louca dos desejos
te vejo de minha nau
trago meus sonhos molhados
pra brincar o carnaval.

Salve o samba na avenida
Afoxé, Maracatu
O prazer e a alegria
Do Brasil de Norte a Sul

VAI CHOVER

Hebert Azul/Alceu Valença

Não, não, não chore não
Pra que tanto desespero,
Pra que tanta solidão?
Não, não, não chore não
Pra que tanto desespero,
Pra que tanta solidão?

Por amor bebi um rio
Que se chama ilusão
Senhora dos meus navios
Oceano de paixão
Por amor fiquei sozinho
Sem você no coração.

Vai chover nos olhos do meu amor
Vai chover nos olhos do meu amor.

VIRGEM VIRGÍNIA 

Alceu Valença/Geraldo Azevedo 

Virgem Maria, essa cidade 
Essa menina tem minha idade 
Quer me falar e se escondeu 
É a décima vez e se escondeu 
Atrás da vitrina de qualquer esquina 
No fundo do mar 
Nada, nada 
O carro, Virgínia, atropela, atropela 
A pressa, menina, atropela, atropela 
Os pés dessa gente, atropela, atropela 
A vida de frente, atropela, atropela 
Virgínia, a louca, a doida da corte 
De aquário 
Virgem Virgínia se acabou 
Essa cidade atropela, atropela, atropela... 
 

VOU DANADO PRA CATENDE   

Alceu Valença/Ascenso Ferreira  

Ai  
Delminha  
Ouça esta carta  
Que eu não escrevi  
Por aqui  
Vai tudo bem  
Mas eu só penso  
Um dia em voltar  
Ai  
Delminha  
Veja a enrascada  
Que  fui me meter  
Por aqui  
Tudo corre tão depressa  
As motocicletas se movimentando  
Os dedos da moça  
Datilografando  
Numa engrenagem  
De pernas pro ar  

Eu quero um trem  
Eu preciso de um trem  
Eu vou danado pra Catende  
Vou danado pra Catende  
Vou danado pra Catende  
Com vontade de chegar  
E o sol é vermelho  
Como um tição  
Eu vou danado pra Catende  
Vou danado pra Catende  
Vou danado pra Catende  
Com vontade de chegar  
Mergulhão, mocambos, moleques, mulatos  
vêm vê-los passar  
Adeus, adeus, adeus  

Adeus morena do cabelo cacheado  
Maribondo sai da mata  
Que lá é casa das caiporas  
Caiporas, caiporas, caiporas 

 


 


VOCÊ PENSA 

Alceu Valença 

Se você pensa que eu não penso 
Lhe asseguro: 
Eu estou ficando louco 
Mas você pensa que morri 
Quando eu subia 
Com a corda no pescoço 
Mas você pensa que eu comi 
A sobremesa 
Que restou do seu almoço 
Você pensa que eu sofri 
A dor na pele 
Porque sou de carne e osso 

Se você pensa que eu não penso 
Lhe asseguro: 
Eu estou ficando louco 
Mas você pensa que morri 
Quando eu subia 
Com a corda no pescoço 
Mas você pensa que eu comi 
A sobremesa 
Que restou do seu almoço 
Você pensa que eu engoli 
O nó que trago sem descer 
No meu pescoço 
 

VEJA (MARGARIDA)

Vital Farias

Veja você
Arco-íris já mudou de cor
Uma rosa nunca mais desabrochou
Eu não quero ver você com esse
Gosto de sabão na boca (Bis)
Veja meu bem
Gasolina já subiu de preço
Eu não quero nunca mais seu endereço
Ou é o começo do fim ou é o fim
Eu vou partir pra cidade garantida, proibida
Arranjar meio de vida, Margarida
Pra você gostar de mim
E essas feridas da vida, Margarida
E essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar

 

VEM MORENA

Dantas/Luiz Gonzaga

Vem morena pros meus braços
Vem morena, vem sambar
Quero ver tu remexendo
Quero ver tu requebrar
Quero ver tu remexer
No resfolego da sanfona
Até o Sol raiar

Esse teu fungado quente
Bem no pé do meu pescoço
Arrepia o corpo da gente
Faz o velho ficar moço
E o coração de repente
Deixa o sangue em alvoroço

Esse teu suor salgado
É gostoso e tem sabor
Esse teu corpo suado
Com esse cheiro de fulô
Tem um gosto temperado
Do tempero do amor

 

VOLTEI, RECIFE

Luiz Bandeira

Voltei, Recife
Foi a saudade
Que me trouxe pelo braço

Quero ver novamente "Vassoura"
Na rua abafando
Tomar umas e outras
E cair no passo

Cadê "Toureiros"?
Cadê "Bola de Ouro"?
"As Pás", Os "lenhadores"
O "Bloco Batutas de São José"?

Quero sentir
A embriaguês do frevo
Que entra na cabeça
Depois toma o corpo
E acaba no pé
 

VENENO 

Alceu Valença/Rodolfo Aureliano 

Aprendi com a chuva 
Você não quis me ensinar 
Fiz toalha do sol também 
Você não quis me enxugar 
Eu fui jogado entre as feras 
Olho por olho é a lei 
Qualquer dia eu enfrento sua guerra 
E minhas balas têm gosto de hortelã 
Eu sou a terrível febre amarela 
E o veneno da cobra e da maçã