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Cila dá fôlego ao coco sem macular a tradição do ritmo

Dona Cila do Coco

Cantora olindense lança seu disco de estréia, hoje à noite, no Centro de Cultura Professor Luiz Freire, na Cidade Alta. O acesso é gratuito

   Um dos nomes mais fortes do coco no litoral pernambucano, a cantora Cila do Coco lança seu primeiro CD solo hoje, a partir das 20h, no Centro de Cultura Professor Luiz Freire (Carmo, Olinda). Acompanhada de seu grupo, ela mostra as músicas do álbum intitulado simplesmente de Dona Cila e seus Pupilos em um show patrocinado pela Chesf.

   Dona Cila, 66 anos, integra o rol de artistas que ganharam projeção com a maior inserção da cultura tradicional nordestina na cena musical pop do Grande Recife a partir de cerca de uma década e meia atrás. Cantora há mais de 20 anos no bairro do Amaro Branco, em Olinda, onde começou a interpretar o coco na festas promovidas anualmente pela Turma do Pneu, a olindense foi iniciada profissionalmente há apenas oito anos, quando entrou para o Coco de Umbigada de Guadalupe. Hoje, desenvolve uma carreira solo.

   O álbum de estréia da coquista conta com 12 temas, oito deles compostos pela própria Cila. Completam o repertório duas canções de Luiz Boquinha, uma Jaime Gonzaga (mestres já falecidos) e outra de domínio público. Produzido pelas pesquisadoras Isa Melo e Lígia Verner, o disco tem direção musical do percussionista Viola, responsável pela marcação e batida ritmada do coco de Cila.

   Para as gravações do CD, que ocorreram em novembro e dezembro de 2005, no Fábrica Estúdios, foram convidados outros músicos que fazem participações especiais. Sílvia Geórgia divide os vocais com Isa e Lígia. Completam a lista Sérgio Bacalhau (pandeiro), Juliano Holanda (violões), Publius Lentulus (bandolim) e Cláudio Rabeca. E é nesse ponto que o trabalho se difere dos demais do mesmo gênero.

   Viabilizado por meio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), do Governo do Estado, Dona Cila e seus Pupilos (o disco) foge à repetição de percussão e voz – que não raramente deixa o som muito linear – com arranjos criativos de cordas como o solo de rabeca de Cláudio em Cosme e Damião, e a mesma rabeca com o bandolim de Publius em Movimento da cidade (tributo da cantora ao Recife), duas composições de Luiz Boquinha. Olinda, cidade natal de Cila também é homenageada por ela logo na faixa de abertura, Coco do Pneu, de sua própria autoria. Com tamanho cuidado nos arranjos, Cila dá novo fôlego ao gênero sem interferir no caráter tradicional de sua arte.

Lançamento do CD Cila de Coco e seus Pupilos – Hoje, a partir das 20h, no Centro de Cultura Professor Luiz Freire (Rua 27 de Janeiro, 181, Carmo, Olinda. Fone: 3301-5241). Acesso gratuito

(© JC Online)

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