Passeando por grandes clássicos da música brasileira, o
Quinteto Violado lança 5 Peba na Pimenta, DVD que
resgata referências regionais da música brasileira
Por
Leisa Ribeiro
Em 2006, o grupo pernambucano Quinteto
Violado completou 35 anos de carreira com o lançamento de seu primeiro
DVD, 5 Peba na Pimenta. O disco foi gravado em 2005, no Sesc Vila
Mariana, em São Paulo, com as participações de Dominguinhos, Chico
César, Geraldo Azevedo e Pedro Salu.
No repertório, Marcelo Melo (voz, violão e viola de 12 cordas), Ciano
(violão), Toinho Alves (baixo e vocal), Dudu (teclado) e Roberto
Medeiros (percussão e vocal) apresentam novas leituras para canções
inesquecíveis de Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Jackson do Pandeiro,
Zé Dantas e Zé Marcolino, entre outros. O título do DVD foi inspirado na
música Peba na Pimenta, famoso baião de João do Vale (com Adelino
Rivera e José Batista) que abre o disco.
O grupo também toca algumas composições próprias, como Sete Meninas,
parceria de Toinho Alves com Dominguinhos. Gravada originalmente pelo
Quinteto Violado no LP Folguedo, de 1975, a música reaparece em
pot-pourri com o clássico Forró do Dominguinhos (Lamento Sertanejo).
O DVD representa um belíssimo encontro de diversas formas de arte, como
música, dança, luz e poesia. Proposta bastante coerente com a trajetória
do Quinteto Violado, que se tornou conhecido por misturar música erudita
a elementos da cultura nordestina. A partir das mais simples
manifestações populares, o grupo consegue extrair uma essência rítmica e
melódica muito particular.
“Criamos uma nova concepção musical. Acho bacana a interação entre o
erudito e o popular”, conta o vocalista Marcelo Melo.
Carreira internacional
Após mais de três décadas de trabalho, o grupo, que tem uma filosofia
meio mambembe, desfruta de espetáculos, discos, festivais e uma carreira
internacional, com álbuns lançados em Cabo Verde, Portugal, Alemanha e
Japão.
“Procuramos não nos acomodar e nem fazer muitas concessões aos modismos.
Talvez por isso venha o reconhecimento”, descreve Marcelo.
Mesmo com tanto trabalho, os músicos resolveram abrir, em 1997, a
Fundação Quinteto Violado, que é presidida por Marcelo Melo. Com ela, o
grupo promove e incentiva o desenvolvimento da cultura nordestina.
“O nosso objetivo é propor a valorização do homem brasileiro, fortalecer
uma identidade cultural”, explica Marcelo.