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Claudionor
Germano é um ele também, como
intérprete, um símbolo do
frevo-canção
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Comemoração dos 100 anos do frevo estimula o lançamento
de discos oficiais e piratas. Só falta mesmo a música
tocar nas rádios
JOSÉ TELES
Alcel Valencia, Claudinou Germano, Recordanos
eternos carnavaes. Estas aberrações estão na capa do
CD, de mp3, pirata, O melhor frevo de Pernambuco.
São 179 faixas ao preço de R$ 5. Segundo o vendedor, que
não quis se identificar, é um dos mais requisitados
pelos compradores. A procura se deve não apenas por se
pagar tão pouco por tanta música, mas porque todas estas
179 faixas são bem conhecidas, tocaram muito em rádio.
A pirataria é mais uma pedra no meio do caminho dos
discos de frevo lançados este ano. Autores e intérpretes
insistem em um produto que não tem vez na maioria das
emissoras de rádio de Pernambuco. Cria-se assim um
círculo vicioso. Se não toca no rádio não é conhecido
pelo povo. Se o povo não conhece o disco, não vai às
lojas comprá-lo. Este é um problema que aflige o frevo
há pelo menos trinta anos, quando a gravadora Rozenblit
deixou de ditar as regras do mercado em Pernambuco.
“Antigamente, se a gente divulgasse o disco na Rádio
Jornal do Commercio primeiro, o pessoal da Rádio
Clube reclamava, queria que a gente levasse o disco
também para eles. Era uma divulgação espontânea, não se
pagava por ela”, comenta Claudionor Germano, que vem
gravando discos de frevos todos os anos, desde 1953.
Cem anos de frevo, sem ele não dá, é o título
de mais um disco que Claudionor Germano lança para o
Carnaval: “Eu quis homenagear alguns ícones do frevo”,
explica Claudionor, que regravou os três frevos-de-bloco
compostos por Antônio Maria para o Recife. É um CD que
mescla clássicos, como estes citados, Sorri Pierrot
(Nelson Ferreira & Osvaldo Santiago), com músicas mais
recentes, Coração recifense (Fred Monteiro) ou
Doce ilusão (Loopy Neves). É mais um trabalho de um
mestre do gênero, que continua insistindo no frevo,
mesmo que saiba dos obstáculos que precise driblar para
ver sua música cantada pelo povo. A direção musical é do
ubíquo maestro Spok, com o coral de Rosana Simpson, Nonô
Germano e Cláudia Beija.
Da geração anos 70/80, Don Tronxo reaparece em disco
com O don do frevo, que tem participações de
Alceu Valença, Claudionor Germano, Tito Lívio e Paulo
Rafael. Don Tronxo é bom compositor e cantor, na linha
de Alceu Valença, de quem é parceiro em Beijando a
Flora (mais Carlos Fernando) e Caia por cima de
mim, regravadas neste disco. Ele canta frevo como
deve ser cantado: “di cum força”. Don Tronxo canta
algumas inéditas e clássicos do Carnaval olindense,
cidade sempre presente em sua música. O disco tem além
de músicos como Fábios Valois e Paulo Rafael, a
orquestra do maestro Duda. Falta a este disco, como a
outros lançados este ano, melhor acabamento gráfico.
Ele é do frevo e do forró. O cearense Alcymar
Monteiro lança o terceiro Frevação, com subtítulo
100 anos de frevo (Ingazeira). Alcymar faz um
frevo diferente, com a sanfona de Beto Ortiz, a guitarra
de Luciano Magno. Também não lê pela cartilha
tradicional nos compassos de seus frevos-canção, caso da
faixa 100 anos de frevo (que vem sendo tocada
pela Rádio Jornal). A maioria das composições é
do próprio Alcymar, com regravações de Antônio Maria (Frevo
nº3 do Recife), Getúlio Cavalcanti (Atrás do
farol) e até João Bosco & Aldir Blanc (Plataforma,
samba que fica meio deslocado neste repertório).
J. Michiles celebra 40 anos de carreira com uma
caprichada retrospectiva de sua obra no CD Asas do
frevo: o Carnaval de J. Michiles. Reuniu um elenco
de craques, de Maria Bethânia a Alceu Valença, mais
Antônio Nóbrega, Fafá de Belém, Silvério Pessoa, Elba
Ramalho dando um sabor mais universal a este ritmo tão
pernambucano. É um disco totalmente radiofônico. O
problema é fazer as emissoras atentar para isto.
Frevo 100 anos de estrada (LG produções) é o CD de
inéditas do mais importante autor de frevo-de-bloco da
atualidade, Getúlio Cavalcanti. Mas aqui há também
frevos-canção. A maioria, porém, é marcha-de-bloco, um
gênero difícil, com algumas nuances ao alcance de uns
poucos. Cavalcanti é um desses poucos, com belas
melodias e letras nostálgicas, como pede o gênero.
Com Esse é meu Carnaval (Zuada Estúdio), Nena
Queiroga faz um disco para a festa. Canta umas poucas
inéditas e uma pá de clássicos, que todo pernambucano
sabe de cor. Vinda de uma família de ouvido musical que
não é normal, ela canta frevo como deve ser cantado,
soltando a voz, nada de intimismo. Esse é o meu
Carnaval é um disco de repertório funcional. Tem
pot-pourri do Galo da Madrugada, de sucessos de Alceu
Valença, de frevos-de-bloco.
Arymatea Ayres com Frevo de casa, vai de frevo
sanfonado o que para muitos é novidade, ou começou com
os dois LPs Forró e frevo, de Sivuca. Porém,
desde o começo dos anos 60, sanfoneiros de forró
(Abdias, Zé Calixto e Camarão) trilhavam este caminho.
Este disco é conceitual. “De casa” porque é um disco
doméstico, produzido em estúdio caseiro, e homenageia
Beto Ortiz, que fez história este ano vencendo o
concurso de música carnavalesca da prefeitura com um
frevo-de-rua com sanfona. O repertório é todo de
clássicos do gênero com sanfona, guitarra, baixo e
percussão: Última dia (Levino Ferreira), Hino
da cidade do Recife (Nelson Ferreira & Manoel Arão,
interpretado por Geraldo Maia), Duda no frevo
(Senô), entre outros. Frevo de casa, será lançado
quarta-feira, na Passa-disco, no Shopping da Trindade,
às 19h.
Inaldo Moreira é um desses abnegados do frevo.
Compositor talentoso, por conta própria mantém programa
de frevo, lança discos, e este ano presta homenagem ao
gênero com o CD (duplo) Coral Edgard Moraes
interpreta Inaldo Moreira (com participação especial
de Dalva Torres. São 31 marchas-de-bloco, várias
compostas para agremiações como o Bloco da Saudade e Nem
Sempre Lily Toca Flauta. Patrocinado pela Chesf, o disco
tem distribuição gratuita.
Contatos
Arimatea Ayres – 9974.2969, arimonteiroarq@uol.com.br
Nena Queiroga – Promark: 8856.7486,
flavioqueiroga@bol.com.br
Getúlio Cavalcanti – 9975.5735,
getuliocavalcanti@bol.com.br
J. Michiles – cesarmichiles@hotmail.com
Don Tronxo – 9161.4779, dontronxo@hotmail.com
(©
JC Online)
Carnaval em Recife começa dia 12
Divulgação/Irandi Souza
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Bonecos são tradição do
Carnaval pernambucano |
A partir do dia 12 de fevereiro, início da semana pré-carnavalesca,
Recife coloca o bloco na rua e dá início à programação do Carnaval
Multicultural 2007. Este ano, a folia faz uma grande homenagem aos 100
anos do frevo. A abertura da festa será no Marco Zero, no centro
histórico da cidade, com shows de Maria Betânia, Claudionor Germano e
Orquestra Popular da Bomba do Hemetério. No mesmo local, o
percussionista Nana Vasconcelos regerá 500 batuqueiros de 13 nações de
maracatu.
Em mais de 40 pólos de animação, dezenas de artistas se apresentarão nos
quatros dias da festa. Entre eles, Alceu Valença, Gal Costa, Antônio
Nóbrega, Lia de Itamaracá, Selma do Coco, Coco Raízes de Arcoverde,
Cordel do Fogo Encantado, Eddie, Mundo Livre, Ortinho, Otto, Ed Carlos,
Claudionor Germano, Geraldo Maia, Belo Xis, Ramos Silva, Alcimar
Mnteiro, André Rio, Nando Cordel, Veio Mangaba, Mestre Salustiano, Chico
César, Paulinho Moska, Thalma de Freitas, Pitty, Fundo de Quintal,
Monobloco, Zeca Baleiro, Elba Ramalho, Negra Li, Zélia Duncan, Marcelo
D2, Tom Zé e Isca de Polícia.
Como se pode perceber, o Carnaval Multicultural do Recife tem frevo,
maracatu, caboclinho, ciranda, coco, samba, rock, reggae e manguebeat.
Tem também shows, desfiles de blocos e fantasias. Um espetáculo
diferente em cada esquina. A diversidade encanta a todos. A tradição
encontra a contemporaneidade. O requinte junta-se à popularidade. Todos
os anos, o autêntico carnaval de rua do Recife arrebata milhares de
foliões, turistas do Brasil e do exterior. Ninguém fica de fora. A folia
é distribuída por toda a cidade.
Pólos diferem nos ritmos e no público
Cada pólo cultural tem uma decoração própria e transmite diversos
momentos do projeto cenográfico de maneira particular. No Pólo do Marco
Zero a cidade celebra a multiculturalidade do Recife. Jovens, crianças,
famílias e admiradores da cultura pernambucana reúnem-se para brincar e
assistir aos desfiles de agremiações, encontros de tradicionais blocos
de frevo, caboclinhos e maracatus.
No seu palco apresentam-se os mais importantes nomes do carnaval
pernambucano e os artistas nacionais convidados, num grande encontro da
diversidade cultural brasileira. O Pólo das Fantasias e do Carnaval
Infantil revive os antigos carnavais com pierrôs, colombinas e desfiles
de agremiações. É o lugar ideal para quem não abre mão do carnaval de
outras épocas. Vanguarda. Essa é a característica do Pólo Mangue, onde
os jovens da cena alternativa da cidade e dos mais diferentes lugares do
Brasil e do mundo se encontram. Durante o carnaval, tem a Tenda
Eletrônica Manguetown, o famoso Festival Rec Beat, que mistura sons
regionais e rock, e os desfiles do Manguefashion.
O Pólo de Todos os Frevos homenageia o autêntico frevo pernambucano. É
formado pelo Palco de Todos os Frevos, pelo Corredor do Frevo e mais
três estações onde passistas mostram, ao som de grandes orquestras, o
que é ter frevo no pé. Pela avenida passam as freviocas, blocos, troças,
clubes de frevo e o Galo da Madrugada, o maior bloco do mundo, com mais
de um milhão e meio de foliões, registrado no Guiness Book.
No Pólo das Agremiações, o Carnaval Multicultural tem torcida
organizada. É o momento dos grandes desfiles de bois e troças, clubes de
frevo e bonecos, blocos de pau e corda, tribos de índios e as escolas de
samba. Quem vai, não só brinca como se emociona com a cultura, a beleza
e a riqueza dos ritmos pernambucanos. A multiculturalidade do Recife é
celebrada no Pólo de Todos os Ritmos pelas mais variadas classes sociais
e faixas etárias. Num dos lugares mais belos e aconchegantes da cidade,
pode-se dançar coco, afoxé, ciranda, manguebeat e maracatu, sambar com
as escolas de samba, frevar ao som de orquestras e assistir aos desfiles
de ursos e bois do Carnaval Multicultural do Recife.
A cultura negra tem um pólo especial. O Pólo Afro recebe afoxé,
maracatus, inclusive mirins, blocos afros, baterias de escolas de samba
e shows de reggae. A Cerimônia da Noite dos Tambores Silenciosos atrai
inúmeros turistas. Esse pólo é o grande encontro dos admiradores da
cultura afro.
Já o Pólo das Tradições mostra as tradicionais agremiações carnavalescas
do bairro da Boa Vista e adjacências, além de shows artísticos
apresentando o mais autêntico carnaval pernambucano. No Domingo de
Carnaval acontece uma animada manhã de sol no popular Mercado da Boa
Vista.
(©
Diário de Natal)
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(arquivo NordesteWeb)
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