Recife e Olinda prestam homenagem ao
mangueboy na data em que ele faria 41 anos.
Haverá inauguração de exposição e debate
MARCOS TOLEDO
Não foi por acaso que Chico Science morreu
quando se dirigia do Recife para Olinda. O
cantor tinha uma relação muito forte com as duas
cidades que, por coincidência, comemoram juntas
o aniversário de fundação (ocorrido ontem). Em
reconhecimento à dedicação do artista, ambas
também prestam juntas, hoje, várias homenagens
ao malungo que, se estivesse vivo, completaria
41 anos de idade.
A programação compensa a passagem dos dez anos
de morte de Francisco de Assis França, lembrada,
no mês passado, com eventos modestos. No caso da
capital pernambucana, a prefeitura optou por
deixar as comemorações para a data de nascimento
do compositor, tanto para coincidir com o
aniversário do município quanto para não
sobrecarregar o período que antecedeu o Carnaval
e os festejos dos 100 anos do frevo.
O evento ficará concentrado no Pátio de São
Pedro, no bairro de São José (Centro), onde a
Prefeitura da Cidade do Recife pretende, até o
ano que vem, inaugurar um memorial definitivo
para Chico Science na casa de número 21. Um
pouco do que este prédio vai abrigar será
mostrado ao longo desta semana na exposição
Imaginário Chico. O pátio será ainda palco
da inauguração de uma escultura representando o
cantor, apresentações de obras audiovisuais e
show com a recém-criada Science Orquestra.
Quem for ao Pátio de São Pedro vai ser
recepcionado, a partir das 18h, pelo Maracatu
Porto Rico. Uma hora depois está marcada a
abertura da exposição e a inauguração, pelo
prefeito João Paulo, da escultura que representa
o mangueboy.
A estátua, em resina e fibra de vidro, é a 13ª
do Circuito da poesia e encerra o
projeto, que tem outras obras semelhantes que
prestam tributo a nomes ilustres da cultura
local e estão contextualizadas no espaço
representativo dos artistas na cidade. Outros
exemplos são a escultura da escritora Clarice
Lispector na Praça Maciel Pinheiro, a de Manuel
Bandeira na Rua da Aurora e a de Capiba na Rua
do Sol.
Todas são assinadas pelo artista plástico
Demétrio Albuquerque. A de Chico Science ocupará
um espaço na Rua da Moeda, no Bairro do Recife,
pólo original dos eventos relacionados ao
manguebeat. Como o lugar se encontra em reforma,
a estátua ficará provisoriamente no Pátio de São
Pedro, onde toda semana ocorre o Sábado
mangue.
Na casa 21 do pátio, a mostra Imaginário
Chico apresenta registros fotográficos do
cantor – do acervo da família e da agência Imago
– acompanhados por textos de Xico Sá, Renato L e
Ana Vaz, ilustrações de Kéops Ferraz, e design
de Edson Rosas. “A idéia é fazer a linha do
tempo, a história de Chico, e cruzar os
acontecimentos. É uma reconstrução imagética do
que era o trabalho dele”, define a curadora
Maria Eduarda Belém.
Personagens como Bruce Lee, James Brown e Corto
Maltese, entre outros, também ilustram a mostra,
pois faziam parte do imaginário do mangueboy. “A
exposição preza pelo mundo das idéias dele, o
que, de uma maneira ou de outra se tornaram suas
influências”, explica Maria Duda. Em outro
trecho da mostra – que fica aberta para
visitação até o sábado –, monóculos pendurados
no teto retratam um caráter mais íntimo do
artista, sobretudo em família. Parte do acervo
jamais foi apresentado em público.
(©
JC Online)
Músicos se reúnem para prestar
tributo no Pátio de São Pedro
A Science
Orquestra, que se apresenta hoje, no palco do Pátio de São Pedro, a
partir das 22h, é um projeto especialmente formado para o tributo ao
cantor Chico Science. Mais cedo, o evento exibe do curta-metragem O
mundo é uma cabeça, de Cláudio Barroso & Bidu Queiroz, além de
videoclipes e documentários da TV Viva.
Sob a
coordenação do tecladista Bactéria (Mundo Livre S.A., Los Sebozos
Postizos), músicos como Rogerman, (Bonsucesso Samba Clube), Fred 04
(também da Mundo Livre), Cannibal (Devotos) e Lia de Itamaracá
interpretam canções do próprio Chico e outras que ele gostava de ouvir.
OLINDA
– Na Cidade Patrimônio, as homenagens ao malungo estão concentradas
no Nascedouro de Peixinhos (onde funcionou o antigo matadouro) e começam
logo de manhã cedo. Moradores do bairro ministram oficina de grafitagem,
das 8h à 12h (parte teórica) e das 14h às 16h (parte prática). A turma é
limitada a 30 pessoas. No fim, os participantes vão grafitar a parede
lateral do Nascedouro.
Das 14h30
às 16h30, o experiente DJ Big ministra workshop (também limitada a 30
participantes) sobre a fusão que originou a batida mangue e sobre esse
tipo de música no contexto atual e das novas tecnologias.
Por fim,
às 17h, o evento é encerrado com o debate Movimento mangue e
perspectiva para o futuro. Mediado pelo produtor cultural e
apresentador de TV Roger de Renor, o seminário tem como convidados o
músico Fred 04 e os jornalistas Marcelo Pereira (editor deste Caderno
C), Renato L e Carolina Leão.
(©
JC Online)
Recife rende homenagens a Chico
Science nesta terça
No dia em que Chico Science completaria 41 anos
se estivesse vivo, o Recife rende homenagens ao artista. Dentro das
comemorações do aniversário da cidade, ocorrido nesta segunda, haverá
shows, exposição e inauguração de uma estátua do músico nesta
terça-feira (13).
A programação será concentrada no Pátio de São
Pedro, onde, a partir das 22h, o pai do movimento mangue será
reverenciado num show-tributo. Mas a programação em homenagem a Science
começa logo às 18h, com a apresentação do Maracatu Porto Rico. Uma hora
depois, haverá a abertura da exposição Imaginário Chico, na
casa de número 21.
Em seguida, acontece a inauguração de uma escultura representando o
cantor e apresentações de obras audiovisuais. A escultura, em resina e
fibra de vidro, é a 13ª do Circuito da poesia e encerra o
projeto, que tem obras semelhantes que prestam tributo a nomes ilustres
da cultura local e são assinadas pelo artista plástico Demétrio
Albuquerque.
A imagem de Science ocupará um espaço na Rua da Moeda, no Bairro do
Recife, mas, como a área está em reforma, ficará temporariamente no
Pátio de São Pedro.
(©
JC Online)