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Uma ópera de seca, couro e Cervantes

14/01/2009

 

 

Foto: Celio Pontes/Divulgação

Musical revela passagens da vida do Rei do Baião e valoriza repertório pouco conhecido do compositor na abertura da programação do Janeiro.
 

Cantigas do sol – Dom Quixote de cordel, nova montagem de Vital Santos, abre hoje a 15ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos

Fabiana Moraes
fmoraes@jc.com.br

A tarefa não é fácil para Didha Pereira, que sobe hoje ao palco na estreia da peça Cantigas do sol – Dom Quixote de cordel, na abertura do 15º Janeiro de Grandes Espetáculos: o veterano ator, que comemora 40 anos de carreira, terá que sintetizar em uma só persona as figuras de Luiz Gonzaga e Raimundo Nonato, “o homem que canta e o homem que luta”, como bem resume Vital Santos, autor e diretor do espetáculo. Mas Didha, com a voz calma de quem carrega uma grande mas inevitável responsabilidade, não treme na base. Sabiamente, ele optou em não encarnar nenhum dos dois nomes, e sim utilizá-los como marcadores para o vaqueiro que protagoniza a opereta épica. “Nosso objetivo não é fazer uma biografia, em nenhum momento quisemos mostrar a história de Luiz Gonzaga. Me utilizo do arquétipo do nordestino, mostramos sua saga, a luta contra a indústria da seca”, comenta o ator, uma das figuras centrais do teatro popular pernambucano.

Além de atuar, Didha, assim todo o elenco (a lista é grande: Amom de Assis, Anny Rafaela, Carmelita Pereira, Cássia Mascena, Daniel Barros, Emanuel David D’Lúcard, Hammai de Assis, João Ferreira, Juraci Vicente, Leno Pereira, Mônica Holanda, Patrícia Fernandes, Rafael Meira, Tiago Dinis, Vanessa Virães e Vinícius Coutinho) também precisa cantar um bocado: são as canções de Gonzaga, entre elas algumas menos conhecidas pelas novas gerações (como Lua bonita, Algodão e Paulo Afonso) os fios condutores da montagem. Clássicos como Vida de viajante e Luar do Sertão também entram nesse verdadeiro set-list cênico. As músicas ambientam basicamente duas situações no espetáculo de Vital: aquelas nas quais a política dá a tônica ou aquelas onde o amor entre o vaqueiro e Rosinha ganha destaque. No primeiro caso, Gonzaga tanto critica a situação do nordestino (“Hoje longe muitas léguas/ Numa triste solidão/ Espero a chuva cair de novo/ Para eu voltar pro meu Sertão”, como canta em Asa branca) quanto exalta o governo do País (“Delmiro deu a odéia/ Apolônio Aproveitô/ Getúlio fez o decreto/ E Dutra realizô/ O presidente Café/ A usina inaugurô”, escreveu em Paulo Afonso, em parceria com Zé Dantas). Além de Dantas, canções de Zé Marculino e Humberto Teixeira também são mostradas. “Canto, sim, mas em nenhum momento imito Gonzaga”, faz questão de esclarecer Didha Pereira, que diz estar fechando uma trilogia de interessantes personagens iniciada com o Exupéry para O pequeno príncipe realizado pelo diretor José Manoel e a Morte em Negro rei. “Para este personagem, minha partitura corporal se alterna entre a voz pesada e os momentos de doçura”, explica.

Vital Santos, autor de sucessos como Auto das sete luas de barro (sobre Mestre Vitalino) e A árvore dos mamulengos, conta que o projeto de Cantigas do sol – Dom Quixote de cordel foi iniciado há 10 anos. “Quis recuperar as pérolas de Gonzaga e mostrar o homem que escreveu a verdadeira e única ópera do País, o dono de um grande cancioneiro político sobre o Brasil”, diz o dramaturgo, que exagera um pouco ao afirmar que o músico nascido em Exu está esquecido. Além do baião e do couro, ele ainda misturou Brecht e Cervantes para falar desse Quixote dos trópicos (nada a ver com o arrepiante personagem interpretado por Edson Celulari e trazido por estas bandas) que vai em busca do sol para terminar com a seca em sua terra.

O encenador, que novamente se arvora em uma temática local, diz não ter medo de ser rotulado como “regionalista”. “Minha obra tem a cor do Nordeste, mas pode ser levada para qualquer parte do mundo. Antes de mais nada, o que mostro é a luta do homem pelo homem”, comenta, antecipando que está escrevendo um novo texto, A doce lágrima do sol do meio-dia, esta uma história urbana, que mostra uma relação de amor entre duas mulheres, uma advogada madura e uma garota de 17 anos. Vital, vale lembrar, também já caminhou entre poluição e automóveis em outros textos, como Bom dia, Carmem Miranda!. Cantigas do sol..., que conta com a participação dos músicos Josias Albuquerque (violão), Demetrius Rocha (percussão), Fábio Andrade (flauta e percussão) e Silveirinha (sanfona), será vista hoje logo após a cerimônia de abertura do evento (Leda Alves e George Meirelles como homenageados), marcada para as 19h30 no Teatro de Santa Isabel. Os ingressos para a apresentação custam R$ 15 e R$ 7,50 (meia entrada).

(© JC Online)

 


Gonzagão revela o Brasil real

Com texto e direção de Vital Santos, Cantigas do Sol estreia hoje no Santa Isabel, destacando a figura do vaqueiro e a cultura nordestina

Tatiana Meira / Diario
tatianameira.pe@diariosassociados.com.br

Valorizar as "pérolas" esquecidas do repertório de Luiz Gonzaga e, ao revelar passagens de sua vida, contar a história do Brasil recente, destacando a figura do vaqueiro e a cultura nordestina.

Estas são questões presentes em Cantigas do Sol - Dom Quixote de cordel, musical que faz sua estreia hoje, às 20h, no Teatro de Santa Isabel, abrindo a programação do 15º Janeiro de Grandes Espetáculos. Promovido pela Apacepe (Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco), o evento terá mais de quarenta montagens de teatro e dança, daqui, de outros estados e até mesmo da Galícia (Espanha), até o final do mês, espalhados por seis teatros da cidade, além de oficinas de reciclagem artística, um seminário sobre a Cena Contemporânea Latino-Americana e lançamentos.

Protagonizado por Didha Pereira, ator que em 2009 completa 40 anos dedicados aos palcos, Cantigas do Sol traz texto e direção do caruaruense Vital Santos e realização da Dramart Produções.É da produtora também a montagem de O Auto da Compadecida, que seria apresentada amanhã, mas foi cancelada, pois o ator Sóstenes Vidal não foi liberado do trabalho de preparação para o filme sobre o presidente Lula, em São Paulo. Como na sessão de hoje, precedida de homenagem a Leda Alves, 80% dos ingressos serão convites, Cantigas do Sol fará uma segunda apresentação, também no Santa Isabel, no dia 27.

De acordo com Vital Santos, autor de clássicos da dramaturgia nacional como O Auto das Sete Luas de Barro, sobre Mestre Vitalino, e A árvore dos mamulengos, não se trata de uma biografia de Gonzagão e sim de um panorama de suas canções, que colocam no palco a dor e o sofrimento de uma gente relegada pelo poder. "Queremos gravar um CD e DVD, além de viajar pelo Brasil com a peça", adianta o diretor, que tem fama de criativo e de gostar de mudanças, por trabalhar a peça como quem edita cenas de um filme.

"Está sendo muito gratificante participar de Cantigas do Sol, porque existe uma troca entre as gerações, o grupo está muito homogêneo", comemora Didha Pereira, natural de São Benedito do Sul, que veio para o Recife, em busca de emprego, aos 11 anos. São 17 atores no elenco, com idades entre 14 (o estreante Rafael Meira) e 66 anos (João Ferreira, que começou sua carreira no Teatro Popular do Nordeste, na década de 1960). A mulher de Didha, Carmelita Pereira, que também acumula quatro décadas de experiência teatral, vive pelo menos dois papéis no musical. Uma "Medéia sertaneja", que abandona seus filhos por causa da seca e Nossa Senhora das Montanhas, que briga por farinha e rapadura com os penitentes numa procissão. "Ela está mais próxima dos deuses gregos, com suas virtudes e defeitos", defende Didha.

Embora destaque um lado do cancioneiro de Gonzagão que não ganhou a mesma popularidade na mídia e junto aos ouvintes, os sucessos do "Rei do Baião" também ajudam a costurar a peça, que tem 40 músicas. Asa Branca, Luar do Sertão, Vida de viajante figuram ao lado de outras criações quase desconhecidas do "Mestre Lua", como Lua Bonita, Algodão e Paulo Afonso. A direção musical é do violonista Josias Albuquerque, que com mais três músicos executa a trilha sonora ao vivo. Os ingressos custam R$ 15 e R$ 7,50, no Santa Isabel, e R$ 10 e R$ 5 (Parque, Apolo, Hermilo Borba Filho, Armazém e Barreto Júnior).

(© Diário de Pernambuco)


Programação

Janeiro de Grandes Espetáculos

» Teatro de Santa Isabel
Ingresso: R$ 15 e R$ 7,50 (estudantes e maiores de 65 anos)

Dias 14, às 20h (com abertura oficial do evento às 19h), e dia 27, às 20h30
Cantigas do Sol ou Dom Quixote de Cordel (Dramart Produções)

Concebido dentro de uma perspectiva operística, o espetáculo é inspirado na poesia de Zé Dantas, Humberto Teixeira e outras de domínio público para contar parte da história de um ícone da cena musical e cultural do Brasil: Luiz Gonzaga.
Duração: 1h30. Censura: 14 anos.
Texto e direção: Vital Santos. Elenco: Amom de Assis, Anny Rafaela, Carmelita Pereira, Cássia Mascena, Daniel Barros, Didha Pereira, Emanuel David D’Lúcard, Hammai de Assis, João Ferreira, Juraci Vicente, Leno Pereira, Mônica Holanda, Patrícia Fernandes, Rafael Meira, Tiago Dinis, Vanessa Virães e Vinícius Coutinho. Músicos: Fábio Andrade, Josias Albuquerque, Marcos Daniel e Silveirinha.

Dia 16, às 20h
La Bayadère (II Ato Completo), com o Ballet da Cidade do Recife (Fátima Freitas Produções)

Um dos mais conhecidos ballets de repertório que mostra o romance entre Solor, um jovem guerreiro, e Nikiya, uma bailadeira do seu templo. Ambos juram fidelidade eterna, mas a traição e o remorso circundam esse amor.
Coreografia original: Marius Petipa. Remontagem: Rudolf Nureiev. Professores ensaiadores: Eduardo Freire, Isabel Ferreira, Luís Rúben Gonzalez e Thereza Rachell Freitas. Direção: Fátima Freitas. Elenco: Amália Nascimento, Beatriz Asfora, David de Albuquerque, Davison de Albuquerque, Débora Rocha, Deusdedith Júnior, Dyego de Albuquerque, Ericsson Cavalcanti, Fábio Alcântara, Fábio Andrade, Fátima Freitas, Halline Siqueira, Hélio de Gusmão, Jéssica Leite, Joana Barros, Juliana Siqueira, Luís Rúben Gonzalez, Manuella Freitas, Marcela Spinelli, Maria Eduarda Santoro, Mariana Marques, Mayara Mesquita, Milena Luna, Paulo Benevides, Raíssa Carvalho, Rafaela Gomes, Rafael Justino, Raphaela França, Rebeca Xavier, Rhuana Thaísa, Sâmia Guedes e Wagner Rodrigues.

Dia 18, às 20h
Pra Ver Ogum (Balé Afro Majê Molê)

O espetáculo presta uma homenagem ao orixá do fogo e do ferro, das batalhas e das conquistas, cujo símbolo principal é uma espada chamada Idá. Com cantos e danças  representativas, a cena evoca os mistérios de Ogum e sua força, sua luta.
Coreografias e direção: Gilson Pereira. Elenco: Angélica Lins, Andreza Santos, Jamille Silva, Gleiciane Barbosa, Jaqueline Alves, Íris Santos, Ísis Cruz, Yraê Martins, Larissa Cabral, Taynan Gonçalo, Rafaela Laurentino, Viviane Santos e Fernanda Silva. Músicos: Gilberto Filho, Janathan Silva, Marcílio Senna e Katilúcia Gomes.

Dia 21, às 20h30
Apareceu a Margarida (Cia. Trupe do Barulho)

Três atores dividem a mesma personagem, uma professora que usa um método nada ortodoxo de impor aos seus alunos (a platéia) seus saberes. O texto faz sérias críticas ao sistema educacional e político do país numa época de extrema repressão.
Duração: 1h30. Censura: 14 anos.
Texto: Roberto Athayde. Direção: José Francisco Filho. Elenco: Aurino Xavier, Bobby Mergulão, Flávio Luiz e Jô Ribeiro.

Dia 23, às 20h30
Renato Spencer e Café Caxaça (Renato Spencer Produções / PE/Galícia)

Show musical com um grupo de fusão galega e brasileira, cujo repertório é uma mistura plena de ritmos e sonoridades variadas, com canções que vão de repertório próprio à bossa-nova ao samba e forró, até clássicos da nova geração da MPB.

Dia 24, às 21h
Quinto Elemento (Quinteto Violado)

Show do 31º álbum da discografia deste grupo que, com 37 anos de elogiada carreira, sabe como poucos manejar a música nordestina. No repertório, somente canções próprias e inéditas, o primeiro trabalho estritamente autoral.
Músicos: Ciano, Dudu Alves, Marcelo Melo, Roberto Medeiros e Thiago Fournier.

Dia 25, às 20h30
Miss Star (Capibaribe Produções)

Na época dos famosos programas de auditório na TV, somente uma candidata será escolhida a “miss talento” pela platéia, mas a histriônica mãe de uma das jovens fará de tudo para ver sua filha coroada.
Duração: 1h30. Censura: livre.
Texto: Renata Phaelante e Roberto Oliveira. Direção: Roberto Oliveira. Elenco: Ada Azevedo, Bianca Morena, Clóvis Bézer, Elias Mendonça, Helena Hoffman, Lano de Lins, Marília Mendes, Paloma Almeida, Pascoal Filizola, Renata Phaelante, Renato Phaelante (voz em off), Sandra Rino e Oséas Baptista.

Dia 28, às 20h30
Mercadorias e Futuro (Rec-Beat Produções)

O líder do grupo Cordel do Fogo Encantado interpreta Lirovsky, um vendedor de livros e inventor de máquinas que tenta convencer as pessoas que a obra que ele oferta, um livro profético, é imprescindível para a vida de qualquer um porque prevê o futuro!
Duração: 1h10. Censura: 12 anos.
Texto e elenco: José Paes de Lira. Direção: José Paes de Lira e Leandra Leal.

Dia 29, às 20h30
O Fogo da Vida (Sônia Bierbard Produções)

Permeada por questões como filosofia, sexualidade, religião, arte e fidelidade, a peça aborda a intensa história de amor entre a escritora Lou Andréas-Salomé, uma mulher considerada à frente do seu tempo, e o poeta Rainer Maria Rilke.
Texto: Sônia Bierbard e Gustavo Falcão. Direção: João Motta. Elenco: André Riccari e Sônia Bierbard.

Dia 30, às 21h
Anjos de Fogo e Gelo (Rainbow Produções e Eventos)

Na França do século XIX, a verdadeira e conturbada história de amor vivida pelos poetas Arthur Rimbaud e Paul Verlaine, este último casado com uma aristocrata. A encenação traça um paralelo entre a vida e a obra poética dos dois artistas.
Duração: 1h. Censura: 18 anos.
Texto: Moisés Neto. Direção: José Francisco Filho. Elenco: George Meireles, Ivonete Melo, Roger Bravo e Stella Maris Saldanha.

Dia 31, às 21h
As Andanças do Divino (Balé Popular do Recife)

O espetáculo une o teatro e a dança brasílica, a partir das andanças de um mamulengueiro que sai do sertão rumo ao litoral encenando “A Paixão de Cristo”.
Texto e música: Antônio Madureira. Coreografia: André Madureira, Angélica Madureira e Mabel Carvalho. Direção: André Madureira.

Dia 02 de fevereiro, às 19h (excepcionalmente com entrada franca)
Entrega do Troféu Apacepe de Teatro e Dança, com atrações convidadas.

» Teatro do Parque 
Ingresso: R$ 10 (preço único)

Dias 18 e 25, às 10h
Hipopocaré, o Rei da Galhofa (Chocolate Produções Artísticas)

Contando com a participação do Palhaço Chocolate, este divertido musical aborda a preservação do nosso planeta e o respeito às diferenças a partir da chegada de um estranho filhote de jacaré com hipopótamo em uma floresta.
Texto: Antônio Guinho. Direção: Carlos Carvalho.

» Teatro Apolo
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (estudantes e maiores de 65 anos)

Dias 16 e 17, às 19h
Fronteiras (Grupo Cena / DF)
Com muito humor, dois indivíduos que não se conhecem e aguardam para atravessar uma fronteira invisível aos poucos vão se revelando. A peça aborda questões relacionadas à dificuldade de comunicação, à perda da identidade e ao vazio existencial.
Duração: 1h. Censura: 12 anos.
Texto: Santiago Serrano. Tradução: Carmem Moretzsohn e Guilherme Reis. Direção: Guilherme Reis. Elenco: Chico Sant’Anna e Sérgio Fidalgo.

Dias 19 e 20, às 19h
O Gordo e o Magro Vão Para o Céu (Carlos Ramiro Fensterseifer e Liane Venturella Produções / RS)
Dois ícones do cinema são transpostos para um lugar indefinido, com a tarefa de construir um muro com dezoito pesadas pedras. A peça mantém o humor da dupla, mas com pitadas recheadas de crítica, inspiradas no universo beckettiano.
Duração: 1h. Censura: 12 anos.
Texto: Paul Auster. Direção: Liane Venturella e Nelson Diniz. Elenco: Carlos Ramiro Fensterseifer e Heinz Limaverde.

Dia 22, às 19h
Vire ao Contrário (Cia. Qualquer Um Dos Dois)

Com um elenco formado somente por rapazes, o espetáculo mergulha nas relações humanas através da dança contemporânea, abordando a condição do homem diante dos conflitos e das possibilidades das escolhas, tantas vezes resistindo a mudanças.
Duração: 42min. Censura: 16 anos.
Coreografia e direção: Jailson Lima. Elenco: Alexandre Santos, André Vítor Brandão, Armando Silva, Cristiano Santana, Fábio Luiz e Tiago Rennan.

Dia 24, às 19h
O Crime do Padre Amaro (Galharufas Produções)
Os dramas de um jovem padre que, designado para a paróquia de uma cidade em Portugal, apaixona-se por uma moça já comprometida. O conturbado romance revela a hipocrisia da sociedade portuguesa do século XIX.
Duração: 1h20. Censura: 14 anos.
Texto: Eça de Queiroz. Adaptação: Taveira Júnior. Direção: Lúcio Lombardi. Elenco: Albemar Araújo, Auricéia Fraga, Cristiano Lima, Danielly Lins, Júlio Rocha, Majú, Méri Lins, Netto Arruda, Ricardo Mourão, Roseane Tachlitsky e Taveira Júnior.

Dias 25 e 26, às 20h30
A Mirada de Píer (Nut Teatro / Santiago de Compostela/Galícia)
De caráter experimental, a montagem reúne histórias de desconstrução do prazer que nos chegam através da arte, extraindo conflitos que geram o desejo, despersonalizando-os e universalizando-os, e criando uma história de ficção crível e real a partir da erótica do poder.
Duração: 1h. Censura: 16 anos.
Texto e direção: Carlos Neira Noya. Elenco: Arantza Villar, Iria Sobrado, Nerea Barros e Xiana Carracelas.

Dia 28, às 19h
Imagens Não Explodidas (Cia. Etc)

Conceitos como tempo, harmonia, sincronia e intensidades servem à concepção deste espetáculo, que trata da correlação entre o pensamento musical e o coreográfico, buscando pontos que possam convergir ou divergir no encontro dessas duas linguagens.
Direção: Marcelo Sena. Coreografia e elenco: José W Júnior e Marcelo Sena.

Dia 30, às 19h
Tempo Fragmento (Ivaldo Mendonça em Grupo)

O espetáculo, de dança contemporânea, aposta na idéia do movimento contínuo, espiral e fragmentário do tempo refletido em três corpos em constante diálogo e, às vezes, interrompido.
Coreografia e direção: Ivaldo Mendonça. Elenco: Ivaldo Mendonça, Maria Agrelli e Renata Muniz.

» Teatro Hermilo Borba Filho 
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (estudantes e maiores de 65 anos)

Dias 15 e 16, às 19h
A Filha do Teatro (Teatro do Pequeno Gesto e Bloco Pi Produções / RJ)

Um triângulo familiar entre três mulheres é o ponto de partida deste espetáculo que é, ao mesmo tempo, uma homenagem e uma busca pelo sentido do teatro. Três atrizes se revezam na narração desta história com muitas reviravoltas e um destino trágico.
Duração: 1h. Censura: 16 anos.
Texto: Luís Augusto Reis. Direção: Antonio Guedes. Elenco: Fernanda Maia, Priscila Amorim e Viviana Rocha.

Dia 18, às 19h
Enamorados, a Demanda do Amor (Coletivo Enamorados de Teatro e Cia. das Artes)

A partir de figuras concebidas por Roland Barthes, a peça nos guia no vasto e aterrorizante território do amor, propondo analogias aos estados daqueles que já percorreram tais caminhos amorosos e continuam destinados a amar.
Duração: 1h40. Censura: 14 anos.
Texto: Galiana Brasil. Direção: Galiana Brasil e Marcus Rodrigues. Direção musical e musicista: Sônia Guimarães. Elenco: Alex Brito, Bruno Brito, Cacau Maciel, Danilo D’Tácito, Eddie Monteiro, Gustavo Soares, Gliblênio Saadh, Luciana Barros, Kézia Mayara e Vera Paredes.

Dia 21, às 19h
Por Uma Cabeça (Grupo Os Soltos de Teatro)

A peça reúne fragmentos da vida e obra daquele dramaturgo, com três atrizes contando, através de pares de sapatos, os dramas e comédias das mulheres-protagonistas do universo rodrigueano.
Duração: 1h. Censura: 16 anos.
Texto concebido a partir dos escritos de Nelson Rodrigues. Adaptação e direção: Rafael Almeida. Elenco: Ana Dulce Pacheco, Regina Medeiros e Sofia Abreu.

Dia 23, às 19h
Algum Amor Para Eugênia (Projeto O Aprendiz Encena)

A peça traz como fio condutor algumas das memórias de Geninha da Rosa Borges, entrecruzadas por várias outras vozes, tecendo lembranças de uma atriz, diretora, mãe, mulher contemporânea de artistas que são nossa herança cultural teatral.
Duração: 50min. Censura: 16 anos.
Texto: Antônio Cadengue. Direção: Eduardo Machado. Elenco: Marilena Breda e Pascoal Filizola.

Dias 25 e 26, às 19h
Alguns Leões Falam (Cia. Clara / MG)

Com trilha sonora executada ao vivo, a peça propõe uma reflexão sobre as fases da vida de três amigos, dos três anos de idade até os trinta e sete, primando por diálogos simples, com humor e emoção, em meio às suas descobertas, sonhos, brigas e desilusões.
Duração: 1h. Censura: 12 anos.
Texto e direção: Anderson Aníbal. Direção musical: João Márcio. Elenco: Bernardo Gondin, Camile Gracian e Cássio Machado. Músicos: Cristian Tunes e Lígia Garcia.

Dia 27, às 19h
Fio Invisível da Minha Cabeça (Companhia do Ator Nu)

Numa atmosfera noturna e urbana, um homem fala de sua busca por um sentimento que preencha o vazio e revela a tremenda luta interior para superar o limite que faz explodir em cada um a imensa vontade de ser feliz.
Duração: 45min. Censura: 14 anos.
Texto baseado na obra de Caio Fernando Abreu. Direção: Breno Fittipaldi. Elenco: Henrique Ponzi.

Dia 29, às 19h
Coreológicas Recife (Acupe Grupo de Dança)

O público é convidado a entrar em cena, literalmente, nesta montagem, cuja idéia parte da interatividade lúdica com a platéia, de cunho explicitamente educativo, trabalhando de forma diferenciada os conceitos de Rudolf Laban na dança contemporânea.
Coreografia e direção: Isabel Marques. Elenco: Fernanda Lobo, Kizer Carvalho, Mieja Chang, Paulo Henrique Ferreira e Roberta Cunha.

Dia 31, às 19h
Rasif – Mar Que Arrebenta (Coletivo Angu de Teatro)

Doze contos são transpostos quase que na íntegra para o teatro, em diálogo com a projeção de imagens e trilha sonora executada ao vivo, a maioria monólogos em tom de ácido desabafo, revelando as fissuras que o tecido social brasileiro apresenta.
Duração: 55min. Censura: 12 anos.
Texto: Marcelino Freire. Direção: Marcondes Lima. Direção Musical: Henrique Macedo. Elenco: André Brasileiro, Arilson Lopes, Fábio Caio, Ivo Barreto, Márcia Cruz, Vavá Schön-Paulino. Músicos: Tarcísio Resende, Luziano André, Eugênio Gomes e Marcondes Lima.

» Teatro Armazém
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (estudantes e maiores de 65 anos)

Dias 17 e 18, às 21h
O Figurante Invisível (Grupo Quintal / ES)

Tendo foco no trabalho do ator, a peça propõe uma discussão sobre o fazer teatral a partir de um grupo que, enquanto ensaia uma atriz para substituir a personagem Antígona, um experiente ator vem revelar que decidiu se desfazer de sua biblioteca pessoal.
Duração: 1h15. Censura: 18 anos.
Texto: Romário Borelli. Direção: Telma Smith. Elenco: Colette Dantas, Ednardo Pinheiro, Higor Campagnaro e José Augusto Loureiro.

Dia 28, às 19h
Ato (Grupo Magiluth)
Apropriando-se da arte do clown, do universo dos quadrinhos e do teatro gestual, a peça mostra o encontro de quatro personagens num lugar inóspito onde já não há esperança por dias melhores.
Duração: 50min. Censura: livre.
Roteiro do grupo, inspirado na linguagem beckettiana. Direção: Júlia Fontes e Thiago Liberdade. Elenco: Giordano Castro, Lucas Torres, Marcelo Oliveira e Thiago Liberdade.

» Teatro Barreto Júnior 
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (crianças, estudantes e maiores de 65 anos)

Dia 15, às 20h (Preço único: R$ 3)
Avesso do Passo (Grupo de Dança da Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges)

Num misto de teatro e dança, a montagem revela o caráter religioso, mítico e profano da trajetória do frevo, com personagens variados e coreografias de passistas em solos ou grupos que vão da atitude agressiva da dança às brincadeiras infantis de roda.
Coreografia e direção: Célia Meira. Direção musical: Maestro Forró. Elenco: Alexsandra Diniz, Diego Ferreira, Djalma Rabelo, Edson Couto, Emilayne Gomes, Érika Alves, Flaira Ferro, Izabela Souza, Jefferson Figueiredo, Jeyvianne Caroline, João Paulo F., João Vieira, Jorge Viegas, José Valdomiro, Juliana Lobo, Michel Renepont, Patrícia Barbosa, Rennê Cabral, Silvânia Ramos, Taciana Ramos, Tamires Santos, Vanderley Aires e Werison Fidelis.

Dia 18, às 16h30
A Árvore de Julia (Duas Companhias)

A verdadeira e tocante história de uma jovem americana que, preocupada com a Natureza, decidiu morar em cima de uma árvore para impedir que uma companhia capitalista destruísse um bosque.
Texto: Luís Matilla. Adaptação: Moncho Rodriguez e Lívia Falcão. Direção: Lívia Falcão. Elenco: Ana Maria Ramos, Arilson Lopes, Fabiana Pirro, Luciano Pontes, Luiza Fontes e Olga Ferrario.

Dia 20, às 20h30
Deus Danado (Grupo de Teatro Arte-Em-Cena)

Numa relação familiar de amor e poder, um padrinho e seu afilhado vivem o drama de atravessar treze jornadas entre o claro e o escuro, diante do vazio da existência humana e cercados da seca que destrói e resseca muita mais que a terra árida do sertão.
Duração: 1h20. Censura: 14 anos.
Texto: João Denys. Direção: Nildo Garbo. Elenco: Rafael Amâncio, Severino Florêncio e Welba Sionara.

Dia 21, às 20h (Preço único: R$ 3)
O Bolero de Raquel II (Programa Passagem Para a Vida da ONG Casa de Passagem)

Em cena, personagens que interpretam sua própria história real ou o teatro “de dentro para fora”, com o subtítulo “Vem Cá Vem Ver, Que Dentro do Tumulto Pode Estar Você”, abordando a difícil realidade de jovens na periferia urbana.
Duração: 1h30. Censura: 16 anos.
Roteiro e direção: José Mário Austregésilo. Elenco: Alexandra Alves, Carla Pereira, Daniela de Oliveira, Danielle de Alencar, Dayane de Lima, Daiane Thaís Santos, Eduarda de Santana, Érica da Silva, Jamilly Lima, Jéssica da Costa, Jéssica da Silva, Maria Adriana do Nascimento, Mirelle da Silva, Natália Pereira, Paloma Lima, Rayana Fernandes, Raphaela Manoel, Samara Lucena, Suelaine do Nascimento, Marta Maria do Nascimento e Vanessa Sotero.

Dia 23, às 20h30
Trupizupe, o Raio da Silibrina (Pedro Portugal Produções)

Um andarilho esperto, safado que só a gota, chega a um reino dominado pela corrupção e lá descobre que a filha do Rei está fazendo adivinhações para todos os nobres da corte e aquele que acertar, ganha a mão da “avançada” moça, caso contrário, vai à forca.
Duração: 1h30. Censura: 14 anos.
Texto: Bráulio Tavares. Direção: José Manoel. Elenco: Carlos Lira, Cleusson Vieira, Hilda Torres, Hilton Azevedo, Leidson Ferraz e Mário Miranda.

Dia 25, às 16h30
Outra Vez, Era Uma Vez... (Cia. Fiandeiros de Teatro)

Com trilha sonora ao vivo, o espetáculo mostra o conflito interior de um escritor incapaz de finalizar sua obra, até que seus personagens ganham vida e, guiados pelo som da música, o levam para dentro da sua própria história.
Texto, direção e direção musical: André Filho. Elenco: Adriana Millet, Daniela Travassos, Geysa Barlavento, Jeferson Larbos, Lívia Padre, Marconi Bispo, Nelson Pontes e Neto Portela.

Dia 27, às 20h30
Igual Sem Igual (Compassos Cia. de Danças)

A equipe traz à cena uma nova discussão sobre a desordem em que se encontra emergida nossa sociedade, traduzindo, através da dança contemporânea, as distinções e as não-semelhanças desta desorientação aparentemente interminável.
Duração: 42min. Censura: 12 anos.
Coreografia e direção: Ivaldo Mendonça. Elenco: Elis Costa, Gervásio Brás, Janaína Gomes, Patrícia Costa e Raimundo Branco.

Dia 31, às 16h30
Historinhas de Dentro (Grupo de Teatro Quadro de Cena)

Delicada aventura musical narrando a trajetória de uma garota que nasce com um probleminha cardíaco e tem o desejo de entrar no próprio corpo para ver e ouvir seu pequenino coração bater. O que ela encontra dentro de si? Um grande circo!
Texto e direção: Samuel Santos. Direção musical: Zeh Rocha. Elenco: Andreza Nóbrega, Eduardo Rios, Marcela Malheiros, Milena Marques, Naná Sodré e Vanessa Lourena. Músicos: Bruno Rodrigues, Danilo Marinho e Samuel Lira.

(© JC Online)


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