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 Dorival Caymmi: jeito baiano de ser

02/06/2003

 

 

 

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Ao completar 89 anos, Dorival Caymmi lembra momentos de uma história que se confunde com a própria história da música brasileira

Por Gal Rocha

   A fama de preguiçoso ele atribui à música João Valentão, que demorou quase uma década para ser concluída. Aos 89 anos, Dorival Caymmi vive no Rio de Janeiro, numa rua arborizada de Copacabana, a três quadras de distância do seu cantado e amado mar. Muito gentil e solícito, ele recebeu CartaCapital para esta entrevista em seu gabinete e se desculpou: era dia de arrumação da sala. Vaidoso, quer saber se a roupa está boa para a foto e aceita com disposição todas as sugestões da fotógrafa. Caymmi mostra fotos da família, se diverte com o nome engraçado de uma tia e mostra a coleção de bengalas. “A primeira foi dada pelo Carybé.” No final, acompanha as visitas até a porta e agradece por ter sido “escolhido” para a entrevista.

CartaCapital: Seu bisavô veio da Itália para trabalhar no Elevador Lacerda, um dos símbolos de Salvador. Duas gerações depois, o senhor, com seu jeito de ser, de compor e de cantar, imprimiu uma imagem da Bahia.

Dorival Caymmi: É verdade... Meu bisavô, Enrico Balbino Caymmi, veio trabalhar no reparo do Elevador Lacerda, acrescentar alguma novidade, botar aquele sabor europeu. É verdade... A gente não tem como explicar. É espontâneo, acontece e a gente até descobre coincidências depois. “Olha como isto parece com aquilo”, não tem intenção... Bela coincidência, isso é que é verdade. A expressão é essa.

 

CC: O senhor é tido como um grande contador de histórias. Conte-nos como foi o início no Rio, na pensão da dona Julieta.

DC: Eu desejei conhecer e, possivelmente, começar minha vida no Rio de Janeiro. Foi com a ajuda de parentes de minha mãe, principalmente. Por exemplo, o José Brito Pitanga, jovem ainda e que era funcionário de uma clínica na rua São José, a Clínica Doutor Gouveia. Fui recomendado a ele, que me botou na pensão de dona Julieta, no meio de estudantes e comerciários e fiquei por ali, gostando muito. Cheguei aqui dia 4 de abril de 1938. Já gostava e já tinha tido emprego na imprensa, tinha 24 anos de idade por completar naquele mês mesmo. Instruído por José Pitanga, amparado por ele na pensão e tal, com bom comportamento, boa educação que recebi, fui fazendo bicos na imprensa. Lá disseram: “Eu soube que você é de música, aqui é a terra de rádio e futebol”, gente brincando, fazendo piada. E assim eu fui para a revista O Cruzeiro, apresentado a um funcionário de categoria, que me apresentou ao diretor da Rádio Tupi, da organização do doutor Assis Chateaubriand. No dia 24 de junho de 1938, ano em que cheguei, eu estreei, sem contrato, na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, cantando umas duas canções e fiquei sob a guarda da Tupi. Lá diziam: “Não cante para ninguém, não assine compromisso, a nossa situação não é boa, mas vai melhorar, então você será contratado”. E aí continuei essa carreira de cantor, de compositor-cantor, e estou até hoje... Agora eu não canto tanto (risos).

 

CC: O reconhecimento chegou com O Que É Que a Baiana Tem, cantada por Carmen Miranda...

DC: A canção foi feita naquele mesmo ano de 1938, eu estava na pensão quando me lembrei de uns versinhos que tinha feito na Bahia... “O que é que a baiana tem/o que é que a baiana tem?” e foi saindo a canção. Lembro que, um pedaço que gostei, fiz na escada da pensão da dona Julieta. Então eu fui compondo e em poucos dias tinha feito a música. Como já estava cantando no rádio, a Tupi abriu mão para eu ir para a transmissora. Cantava dois dias por semana e mais aos domingos, no programa do Dragão da Rua Larga, que era muito famoso, na rua Marechal Floriano. Muita gente ficou curiosa: “Que beleza, que é isso?” Aí passei a ficar notado e apresentaram meu nome no jornal com destaque: “É um cantor novo que faz umas coisas da Bahia, umas coisas muito gostosas”. Por causa dos balangandãs, por causa da palavra, não sabe? Muito curiosa e tal... Então uma empresa de cinema me perguntou se queria ceder a música, que a Carmen Miranda iria cantar, por um cachê de cem mil-réis. Fiquei de ensinar a música a ela.



CC: O senhor ensinou a Carmen a fazer os trejeitos também...

DC: Os trejeitos ela já tinha vocação, agora, para descrever o traje, fiz para ela o ponto, como se diz em teatro. O ponto é aquele que indica. Fui descrevendo o torso, o turbante que as baianas botam na cabeça, fui descrevendo com os gestos do lado de trás da câmera, para ela cantar a música com os gestos combinando. Ah! Ficou formidável, fiquei encantado.



CC: O que se deu daí por diante?

DC: Aconteceu uma surpresa muito importante: isso fez com que uma outra faixa da sociedade me visse. A senhora do presidente Vargas, a Darci Vargas, fazia um espetáculo de caridade anualmente, e o tema que escolheram foi exatamente aquele tema da minha música “quem não tem balangandãs não vai no Bonfim”, então ficou sendo Juju e Balangandãs o título que deram à peça. Juju é bijouteria francesa e balangandãs, baiana, afro-brasileira. E assim, menina, foi um sucesso que até eu fiquei surpreendido. Fiquei morando na pensão, mas o diretor da Rádio Tupi, que já era meu amigo, me convidou para morar no apartamento dele na rua do Passeio, também no centro da cidade e eu aceitei porque ele tinha perdido o parceiro no pagamento do aluguel. Eu gostava dele e ele de mim, éramos amigos.



CC: Foi então que conheceu dona Stella?

DC: Conheci-a num domingo, num programa de calouros da Rádio Nacional. Achei ela muito bonitinha, tinha por volta de 17 ou 18 anos e cantou uma música linda. Eu pensei que ela fosse cantar uma música do cinema americano ou uma música clássica, pelo tipo físico. Não, ela cantou uma música do Noel Rosa muito em moda e muito querida, O Último Desejo. Fabulosa! Cantou de maneira encantadora, fiquei apaixonado. Isto em 1939.


CC: Doralice, Marina, Adalgisa, Dora, Juliana, Anália... O senhor era mesmo “terrível com esse negócio de mulher”, como já disse dona Stella?

DC: Ah, sim (risos). Eu gosto muito do assunto. O assunto em geral, da canção popular e da clássica, ou dramático, ou cômico, ou o que seja. Sempre a mulher é um ponto vital e central. Eu gosto muito.


CC: Antonio Risério fala sobre as mulheres de suas músicas, em seu livro Caymmi: Uma Utopia de Lugar. “Curtidas, caladas, passivas”, ao mesmo tempo que “conhecem o poder que têm”. O que poderia ser acrescentado ou tudo já foi dito?

DC: Eu acrescentaria o seguinte: o tema mulher é lindo em canto pessoal. Já vem com ela, a beleza, racional, natural, é o destaque, o som da voz, falando, cantando... o encanto pessoal, a maneira de falar e o modo de ser. Eu acho que a mulher é uma figura que reúne muitas qualidades importantes e boas, bonitas, gostosas. Sempre achei que mulher é um ponto vital da humanidade. Sem a mulher o mundo não anda. Aliás, o mundo não. O sistema solar não funciona.


CC: Oração de Mãe Menininha é vista como uma música que deu ao candomblé a real dimensão da cultura afro-baiana, mas houve uma época em que, mesmo o senhor já sendo quem é, algumas pessoas interpretaram como uma forma de promoção pessoal. O senhor guarda alguma mágoa desse episódio?

DC: Não, não, em absoluto. Eu sei que muita gente disse até: “Olha, esse cara fez uma canção falando de Mãe Menininha, tá cheio do dinheiro e não deu um tostão a ela”. De fato, Mãe Menininha não estava precisando de dinheiro, era uma senhora de comportamento muito bom. Conheci ela na Bahia, era uma pessoa religiosa, respeitável e professava sua religião com dignidade, tinha família, filhos. E, fora da religião, era uma pessoa muito agradável, uma boa conversa, uma companhia muito agradável. De modo que eu fiz amizade com ela, indo à Bahia com constância, porque eu tinha parentes lá, passava férias, levava a família e ao mesmo tempo trabalhava. Pois bem, fiz amizade com Mãe Menininha como Jorge Amado fez, como Carybé fez e outras pessoas que nem eram residentes na Bahia e foram chegando, querendo conhecê-la já antes de mim. Era um nome conhecido na religião e no folclore baiano. Aproveitei a amizade e me inspirei nela e fiz uma oração, em termos de oração, em sentido de oração, como diria Noel Rosa. Fiz uma canção para ela. Não tinha interesse financeiro, nem pensava em sucesso popular. Quando saiu no disco é que começou a ser popular e começaram aquelas más-línguas, tudo que acontece na vida, né? Mas nada disso me toca, nem me fere, não tenho mágoa dessas coisas, nem reparo nisso, nem olho.

 

CC: Como o senhor chegou ao candomblé?

DC: Por curiosidade, pela família. Meu pai, por exemplo, freqüentava por curiosidade, por amizades feitas com pessoas que eram realmente radicadas no candomblé, então era convidado a assistir a festas, cerimônias religiosas. Ele tinha muitos amigos, inclusive colegas de repartição. Todo sujeito de bom gosto tinha curiosidade, muita gente estrangeira vinha para conhecer o candomblé. A influência negra na América do Sul, na América do Norte. É o caso de Pierre Verger. Muita gente estudou a religião negra na Bahia, vinha passar temporadas. Americanos, ingleses, franceses, italianos e tal. Roger Bastide, por exemplo, francês. Carybé era argentino. Foi acabar gostando da Bahia.

 

CC: O senhor é Obá de Xangô. Que características desse orixá o senhor reconhece como sendo suas?

DC: Eu recebi o título completo Obá Onicoií. A minha semelhança foi vista primeiro pela Mãe Senhora (do Axé Opô Ofonjá). Qualidades como seriedade, princípios morais, energia, amor à cultura, justiça, características de Xangô. Tem até uma oração católica que diz: “Senhor, no início desse dia venho pedir saúde, força, paz e sabedoria”. A sabedoria é um dos princípios de Xangô. Eu citei para lembrar da palavra que precisava achar, sabedoria.


CC: Como surgiu a amizade entre o senhor, Jorge Amado e Carybé?

DC: Carybé foi uma amizade que começou no Rio. Mal cheguei, a Carmen Miranda, que já tinha se tornado minha amiga, me deu entrada para o próximo baile de carnaval, baile do Flamengo. Estava dançando e me apresentaram a ele. Já conhecia alguma coisa dele publicada. Carnaval de 1939. Jorge Amado, no mesmo ano. Fomos apresentados na avenida Rio Branco, perto do Teatro Municipal. Estava caminhando na rua e um sujeito disse: “Um patrício seu, o escritor Jorge Amado”. Ficamos amigos por muito tempo, aqui no Rio e na Bahia. Eu passei uma temporada boa na Bahia... Tinha casa na Bahia e no Rio de Janeiro e ele a mesma coisa.



CC: O senhor vai a Salvador com freqüência?

DC: Sempre que posso. Agora, há alguns anos que não vou lá. Fui operado, estive doente, aquela coisa de mudar de estilo de vida. Fui em 1995. Em 1994, fiz 80 anos e em 1995 a Odebrecht organizou uma festa porreta, no Othon Hotel, 60 anos da Odebrecht. Foi comemorado em dois dias e eu cantei no show, levei meu pessoal todo. Todo mundo que eu convidasse e a Odebrecht aceitasse. Avião cheio. Trabalhei dois dias, o resto, fiquei passeando. Percorri o Bonfim, matei as saudades... Eu gosto da Bahia... Eu amo mesmo. Eu vejo diferença, transformo tudo na cabeça na hora. Certa vez, houve uma lambança lá por causa de uma árvore com mais de cem anos que iam cortar no Campo Grande, para passar aquele túnel. Aí foi um bode danado. Celestino, Carybé, todo mundo disse: “Não corta!” Fizeram o negócio sem tirar a árvore.



CC: Hoje em dia, o senhor fica mais no Rio ou em Rio das Ostras?

DC: Fico mais no Rio. Porque sou viciado em Rio de Janeiro, desde 1938. Agora, tenho meu xodó pela Bahia. Gosto de Minas, da cordialidade rural. É muito mais repousante do que a Bahia, do que o Rio, do que tudo. Lá é que é lugar de repouso. Você respira outro ar, outra vida. Minas coopera com sua saúde. E Rio das Ostras é uma continuação de Copacabana. Nos anos 70, quando fomos para lá, podia-se pescar à vontade. Agora, a população aumentou de tal jeito... A graça de quando chegamos lá era a pesca. Minha mulher é apaixonada por pesca. Hoje, você nem vê a praia de tanto guarda-sol. Rio das Ostras perdeu um pouco do encanto.

 

CC: O senhor disse que não era um pintor de domingos, mas que também não é 100% pintor. Que lugar a pintura ocupa em sua vida?

DC: Agora estou com a vista mais deficiente, mas pintei muito. A pintura ocupou uma parte da minha vida quase que organizada, porque eu tinha um recanto para o material de pintura e, naqueles dias em que não trabalhava, estava no cavalete pintando. Dias em que não tinha trabalho fora, não precisava viajar ou estar ensaiando nas estações de televisão e rádio, eu estava pintando. Eu tinha vocação para retratos e paisagens. Fiz muito, dei, vendi alguns em exposições, participei de exposições pelo Brasil afora, em São Paulo, em Minas, em vários lugares.



CC: Como aconteceu sua iniciação musical?

DC: Minha iniciação musical foi em criança, ouvindo parentes que tocavam piano, principalmente. E meu pai, que tocava bandolim, piano e violão amador. Então eu estava acostumado a ouvir, em casa, mamãe cantando, gostava de cantar, papai tocando bandolim, tocando violão, tocando umas polcazinhas de piano. Nós não tínhamos piano em casa, mas as minhas tias do lado Caymmi sempre tinham. Era chique ter piano em casa.



CC: Que tipo de música ouvia?

DC: A música do tempo de papai. Era aquele tipo chamado tango brasileiro, aquele tipo de chorinho. Ele tocava no piano, dava uns nomes engraçados e compunha aquilo e tal... Bom, depois ele tocava bandolim. Nunca soube solar, nem toquei piano. Não sei tocar bandolim, cavaquinho, nada. Não sei. Eu só sabia tocar violão e aprendi no violão dele. Quando eu dava os acordes que me ocorriam, ele dizia: “Puxa, aí tá errado. Esse dedo não é aí não, esse dedo está desafinado”. É que eu já tinha tendência a alterar. Alterar sétimas e nonas, enfim. Coisa de música... Não sei se por instinto, minha música toda modernazinha. Ele era do estilo da terra, antigo.



CC: Aos 89 anos de vida e quase 70 compondo...

DC: (Risos) 89 anos, feitos no dia 30 de abril. A composição começou a surgir na infância, a idéia de fazer, de aprender, de gostar de música, ouvindo no fonógrafo, depois na vitrola, depois fui fazendo umas coisinhas até que eu descobri que aquilo era compor música. Não tinha indústria de música na Bahia, principalmente na minha infância.


CC: Inspiração é algo que vem espontaneamente ou vem com muito trabalho e dedicação?


DC: Espontaneamente. Eu nunca consegui fazer nada que não fosse assim. João Valentão, que me deu fama de preguiçoso, foram nove anos para completar. Porque eu fui fazendo inspirado num pescador de Itapuã, veraneio, né? De apelido Carapeba, que é o nome de um peixe. Quando cheguei num pedaço, eu parei porque tive dúvida, mas deixei de lado, não foi porque eu fiquei lutando para acertar, não, deixei de lado. Um belo dia, resolvi, completei por acaso, no ônibus. Aí disseram: Caymmi demorou nove anos para fazer uma música, já teve quem botasse 50. Para fazer piada... (Risos.)



CC: Passar anos “burilando melodias e versos” pode ser uma característica “baiana”, como têm o senhor e João Gilberto, por exemplo?

DC: Olha, tem muito de coisa baiana pelo comportamento e pela forma de ser da cidade, que é diferente de outras. Pelo menos na minha vida lá, até os anos 40, eu indo com constância, eu diria que a Bahia era muito diferente das outras capitais que eu conheci, dos outros lugares. De características próprias, praias próprias, comidas próprias. Isso me influenciou muito. Me deu um canto especial. É uma beleza... Acho que isso influi na vida do baiano. Nas artes, então, influi muito.



CC: O que o senhor tem ouvido ultimamente? O que tem achado da produção musical brasileira?

DC: Eu não estou achando a música brasileira parecida com o gênero que eu trabalhei. Mudou muito, as gerações mudam, vem uma geração jovem, vêm formas de trabalho diferentes, instrumentos diferentes, tudo diferente e vem a novidade da comunicação. Entrou a televisão, melhorou o rádio, que agora já está mais fraco, o teatro tomou outro aspecto... Tudo mudou, é natural da vida. Estou habituado com a música da minha época... Mário Lago, Noel Rosa, Pixinguinha, Ary Barroso... Olha, era tanta gente boa pelo Brasil todo, vinham todos para o Rio, o centro comercial e industrial da música.


CC: E a música baiana, em particular?


DC: A música baiana que eu adorava era a música de rua, que eu conheci pequeno, aquelas cantigas de festa na rua, a festa da Conceição da Praia, a festa do Bonfim, a festa do Rio Vermelho, essas coisas assim sempre me interessaram porque eram diretas do povo, comunicando, produzindo, inventando, compondo a esmo e bonito. Muita coisa que ficou, que continua, que é de uma época bem longínqua, é música do povo, essa é a verdade. Agora não tem muita influência não, tem palavras muito parecidas, assuntos parecidos, para mim é tudo igual. É boa para a exibição de palco, de televisão, não é?


CC: Caetano Veloso afirmou que toda a bossa nova foi influenciada pelo senhor, “pelos acordes dissonantes que descobrira”, mas que o senhor não teve mestres. Concorda?

DC: Todos eles dizem que tem minha influência no princípio da bossa nova, reconheço alguma coisa, sem vaidade. E, concordo, não tive mestres. Eu tive um certo cuidado em não copiar o que os outros já fizeram, isso ajuda muito. Ser original, né?



CC: Sua filha, Nana, está lançando um disco com músicas suas, o que achou da homenagem?

DC: Tem um disco na praça muito bonito e músicas que participam de novelas de televisão. É uma homenagem discreta, mas bonita, porque vem do meu sangue, somos amigos e é bonita essa união familiar.



CC: E o mar?

DC: Ah! Eu gosto do mar! No tempo de mais moço, amigo de Carlinhos Guinle, que tinha um barco possante, gostoso, a gente só usava o motor para sair do Iate Clube. Saía, abre vela... Quando cheguei na Bahia, encontrei um parceiro que pegou um saveiro da Costa de Camamu e transformou numa escuna formidável e bonita! Com tanta vela que eu nunca vi! Eu até me inscrevi numa volta ao mundo. Pra quê? Minha mulher disse: “O quê?! Vai dar volta ao mundo com o Lelis?” Aí fiquei arrepiado. Isso vai dar coisa... Então não fui.

(© Revista Carta Capital)


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