Rabequeiro Mestre Salú lança
quarto disco da carreira
Aos 62 anos de idade, o cantor e rabequeiro Manoel
Salustiano Soares chega a seu quarto álbum,
Mestre Salú e a rabeca encantada (independente).
No novo disco, Mestre Salú viaja por vários ritmos,
como o chamado forró pé-de-serra, a toada de
cavalo-marinho, o xote e o samba de gafieira. Uma
das novidades é a experiência do artista com
maracatu de baque-virado, que grava pela primeira
vez na carreira.
Diferentemente de outros
trabalhos, Salú conta diversas participações, a
começar pela voz da pequena Gabriela Maria –
integrante do rol de 21 netos do mestre – que abre o
CD cantando Anjinho do céu (domínio público).
O trabalho conta ainda com as presenças do
acordeonista Cezinha, do cantor Edy Carlos e do
percussionista Jerimum de Olinda na maioria das 16
faixas.
Mestre Salú também faz uma exceção
e interpreta duas canções de outros compositores:
Zabumbando no pandeiro, de Petrúcio Amorim, que
conta com voz e violão do próprio autor e ainda
participação da cantora Nádia Maia, e Forró gosto
de gás, de Edy Carlos.
Bastante dançante, o álbum possui
temas irreverentes como Eu não gosto de sapato
alto (“... Que eu não vejo o solado chiar”),
porém, é marcado mesmo pelo relato da vivência de
vida do rabequeiro, que nasceu no município de
Aliança, na Zona da Mata Norte pernambucana, viveu
toda a infância em engenhos daquela região e, apenas
aos 18 anos de idade, mudou-se para Olinda.
O próprio encarte do CD, que tem
um belo projeto gráfico de Ricardo Gouveia de Melo,
é um mergulho no universo original de Mestre Salú,
em Aliança, onde está preservada a casa onde morou
com sua família.
(©
JC Online)
Salú recebe grande elenco
Antonio
Nóbrega e Spok estão entre os convidados do lançamento do CD do
rabequeiro
MARCOS TOLEDO
Quem já foi à Casa da Rabeca do Brasil, no bairro de Cidade
Tabajara (Olinda) sabe que o espaço é grande o suficiente para abrigar
uma grande festança. Porém, diante da programação marcada para hoje
(20.04.2007), quando o anfitrião recebe vários convidados para comemorar
os cinco anos da casa e o lançamento de seu quarto CD, Mestre Salú e
a rabeca encantada, o lugar promete ficar não pequeno, mas
aconchegante.
Além da apresentação do mestre, sobem ao palco especialmente decorado
para o evento artistas como Antônio Nóbrega, SpokFrevo Orquestra,
Santanna, o Cantador, Nádia Maia, Cezinha, Chá de Zabumba, Sintonia do
Forró, Beto Brito, Ciranda Pernambucana e Os Pequenos do Forró. A farra
não tem hora para acabar. “É negócio para amanhecer o dia”, avisa o
rabequeiro.
Em seu quarto trabalho, a exemplo dos anteriores, Mestre Salú, 58
anos, faz uma reflexão sobre sua vida, fantasiando sobre fatos marcantes
de sua vivência. Neste, especialmente, o rabequeiro se volta para sua
infância, até atingir a maioridade, período em que viveu no município de
Aliança, na Mata Norte pernambucana, principal fonte da riqueza e da
autenticidade de sua obra. Para Salú, foi um tempo difícil, contudo, foi
também sua “faculdade”, como gosta de dizer.
Agora, na maturidade, pai de 15 filhos e avô de 21 netos, o artista
se mostra mais flexível. Continua sem cantar obras de outros
compositores, entretanto, abre espaço em seu trabalho para outros
intérpretes mostrarem canções que não são de sua autoria. “Não sei
cantar nem Asa branca”, brinca. “Dos outros, não canto nada. Mas,
se (alguém) cantar, eu toco.”
Mestre Salú e a rabeca encantada é o primeiro disco do
rabequeiro desde 2003. Tem forró pé-de-serra, toada de cavalo-marinho,
xote, samba de gafieira e, pela primeira vez na carreira do compositor,
maracatu de baque-virado. Na maior parte das 16 faixas, conta com a
participação do acordeonista Cezinha, do cantor Edy Carlos e do
percussionista Jerimum de Olinda.
(©
JC Online, 20.04.2007) |