Mônica Feijó entra em
nova faseMarcos Toledo
mtoledo@jc.com.br
Uma
das poucas vozes femininas de destaque desde o princípio da chamada nova
cena de música pop pernambucana, lá no início dos anos 90, ela ganhou o
título de Musa do Mangue-beat quando ainda era backing vocal do grupo Faces
do Subúrbio. Depois de dois álbuns solo, a cantora, atriz e dançarina Mônica
Feijó resolve dar nova mexida na carreira e apresenta, hoje, no bar Cuba do
Capibaribe, as sonoridades que vão ditar o repertório de seu terceiro CD. O
DJ Dolores faz uma participação nas picapes.
Ex-integrante da banda Tusch – formada por ninguém menos que as feras
Thales Silveira (baixo), Alexandre Bicudo (guitarra) e Erick Hoover
(bateria) –, na primeira metade da década de 90, Mônica Feijó gravou seu
primeiro disco solo, Aurora 5635, em 2001, uma obra de música pop já
renovada em relação ao trabalho anterior e em sintonia com o melhor que
estava sendo feito na cena do Recife. No repertório, composições próprias e
de autores como Junio Barreto (foi a primeira cantora a visitar a obra dele
interpretando Amigos bons), Fábio Trummer, Fred 04, Pácua e Cannibal, entre
outros.
Em 2005, com Sambasala, a artista se uniu ao grupo Choro Brasil e
enveredou pelo samba dando um tratamento do gênero para compositores como os
supracitados Pácua, Junio, Trummer e 04, além de outros nomes, a exemplo de
Roger Man, Ortinho, Alê e Maíra Macêdo.
Agora, a cantora anuncia uma remodelação no conceito de sua música que,
com base em sua descrição, une a experiência dos dois álbuns anteriores,
contudo, mais próxima da idéia pop de CD de estréia. “Estou numa fase de
transição e fazendo um show já com outra sonoridade”, conta a intérprete,
que encerrou a parceria com o Choro Brasil e montou uma banda de apoio
formada por Júnior Areia (baixista e produtor de seus dois CDs), Rafa B
(bateria e percussão), DJ Rossi (bases, scracthes e samples) e Samico
(violão de sete cordas, guitarra e cavaquinho).
As canções inéditas, que farão parte de seu terceiro disco, Mônica mantém
“a sete chaves”. Porém, antecipa algumas releituras que mostra ao público do
Cuba do Capibaribe, hoje à noite: Não deixa o samba morrer (Édson & Aloísio)
e Juízo final (Élcio Soares & Nelson Cavaquinho), além de músicas de Roberto
Carlos, Moacir Santos e DJ Dolores.
Temas de Aurora 5635, como Toca pra Zumbi, Esquina e Eu tenho pressa, e
de Sambasala, a exemplo de Cadê você, Procurando dum dum e Pode me chamar,
ganharam arranjos mais dançantes. O DJ Dolores, mestre de cerimônia da
noite, deve produzir o terceiro álbum da cantora.
(©
JC Online, 27.06.2007)