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Ricardo Brennand abre as portas de seu castelo ao público

14/09/2003

Museu Castelo São João vai abrir as portas à visitação    Leopoldo Nunes / JC Imagem


Obras que estão no Museu Castelo São João, no IRB, poderão ser vistas a partir deste domingo com a abertura do espaço para visitação. Entre as atrações, uma grande coleção de armas e peças medievais

por PAULO SÉRGIO SCARPA

   O que poucos privilegiados viram até agora poderá ser apreciado por todos, quando o empresário Ricardo Brennand abrir o seu Museu Castelo São João, no Instituto Ricardo Brennand (IRB), na Várzea. O público poderá ver, além do calabouço, portas secretas e paredes cobertas de armas, uma vasta coleção com mais de 3 mil peças. São armas brancas colecionadas pelo empresário desde a infância, esculturas de mármore, quadros de várias épocas, armaduras e cavaleiros medievais e enormes e valiosas tapeçarias baseadas em desenhos de Albert Eckhout e de Frans Post.

   A abertura faz parte das comemorações do primeiro ano de funcionamento do IRB, que já trouxe ao Recife a megaexposição Albert Eckhout (1610-1665) e exibe, até dezembro, a Mostra Frans Post (1612-1680), com apoio da Bradesco Seguros.

   Os 15 quadros da Mostra Frans Post, todos da coleção particular do empresário, deixarão o Recife em janeiro de 2004 para integrarem uma grande exposição em São Paulo, informa em primeira mão Ricardo Brennand. A mostra está sendo montada pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp) com todas as obras disponíveis do pintor holandês em museus e coleções particulares em todo o mundo.

   Em troca do empréstimo, conta Brennand, o IRB receberá, após o término da mostra paulista, a totalidade da exposição do Masp para ser exibida no Recife. Esse tipo de parceria ele vem fazendo desde o início do ano, como o convênio assinado com o Instituto Maurício de Nassau, em Haia (Holanda), de olho, evidentemente, na valiosa coleção de telas e desenhos de Rembrandt (Harmenszoon van Rij/1606-1669).

   Após muitas “dores de cabeça” com o IRB, como ele costuma dizer, Ricardo Brennand avalia, com modéstia, que “não tinha noção da responsabilidade e das dificuldades que enfrentaria” ao abrir o instituto. Mas diz que está retornando às suas indústrias, “minha principal atividade de trabalho”, mantendo, ainda segredo, o novo investimento e onde ele acontecerá fora de Pernambuco. O empresário já investiu em cerâmica, ferro, açúcar, vidro e aço. “Serei, agora, obrigado a conciliar as duas atividades, a de empresário com a de produtor cultural”, antecipa. Brennand não gosta de ser chamado de mecenas.

   A atividade de produtor cultural, ao que parece, está exigindo muito mais de seu tempo. A cada dia, confessa, está comprado mais obras de arte. O que o faz definir-se como um comprador compulsivo. “Sou, compulsivamente, um comprador de belas obras, mas só aquelas que gosto”, justifica. E essa compulsão vive surpreendendo até as filhas, Lourdes e Renata, que atuam na diretoria do IRB. Quando dava essa entrevista ao JC, Ricardo Brenand contou, para surpresa das duas, que acabara de comprar uma escultura do francês Auguste Rodin (1840-1917) e “algumas” imagens sacras barrocas.

   O que mais gosta de fazer, no entanto, é passear pelos jardins do IRB, onde dezenas de crianças brincam diariamente e para onde costumam ir casais de idosos para um passeio. Os jardins, por sinal, estão se tornando um atrativo à parte na Várzea. Por esse motivo, Brennand está comprando esculturas de mármore para fazer um museu ao ar-livre. Já possui mais de 20 espalhadas, entre elas O Rapto das Sabrinas, As Três Graças, um conjunto de sete deusas gregas, um par de leões que pertencia ao Senado do Brasil (Rio de Janeiro), além de obras modernas da escultura Sonia Ebling (casal de rinocerontes e um hipopótamo).

(© Jornal do Commercio-PE)

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