11/06/2008
Honório Barbosa
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LIDUÍNA ACOMPANHA Evaldo
Gouveia durante apresentação na Praça Eleazar de Carvalho |
Aos 76 anos de idade e 60 de
carreira profissional, o músico iguatuense Evaldo Gouveia continua cantando
e compondo. Neste fim de semana, ele foi homenageado pela Prefeitura de
Iguatu, fez show em praça pública e revelou. “A música é minha vida. Não
consigo viver sem cantar e compor”, disse. “Estou com 18 canções inéditas,
prontas para serem gravadas”.
Evaldo Gouveia comemorou 76 anos de idade no último dia 8 de agosto. No
sábado passado, dia 12, esteve em Iguatu, sua cidade natal. Foi homenageado
pela Prefeitura, com um show na Praça Eleazar de Carvalho. O evento também
ocorreu em comemoração ao Dia dos Pais. A Secretaria de Cultura do Município
organizou uma exposição com fotos, biografia e letras de suas principais
composições. Essa mostra, a partir desta semana, percorre escolas do
Município e depois permanece no Centro de Atividades do Sesc de Iguatu.
Os artistas locais, Ricardo Daniel, Luíza Cavalcante, Carlânio Pinto, Eime
de Recife, Pituí Queiroz, Tamises, Gêune e Bêu Paulino, subiram ao palco, na
Praça Eleazar de Carvalho, e interpretaram músicas que marcaram a carreira
de sucesso de Evaldo Gouveia em parceria com Jair Amorim. As principais
canções interpretadas foram ´Alguém Me Disse´, ´Sentimental Demais´,
´Brigas´, ´O Trovador´, ´Bloco da Solidão´, ´Que Queres Tu de Mim´ e ´O
Mundo Melhor de Pixinguinha´.
Depois foi a vez do artista subir ao palco e falar um pouco sobre a sua
infância nas ruas do bairro Tabuleiro e interpretar suas próprias
composições. “Há seis anos que não vinha a Iguatu”, lembrou. “Hoje estou
muito feliz ao receber essa homenagem. A cidade está bonita, com novas
praças e fico muito contente com o público que está me aplaudindo”. Anunciou
que tem 18 músicas inéditas e ao lado da companheira, Liduína, interpretou a
música ´Cama Vazia´, feita em parceria com Carlos Colla, gravada no ano
passado.
Milhares de pessoas compareceram ao show em homenagem ao cantor e
compositor. Ao final, o público e os músicos cantaram ´Parabéns a você´. O
prefeito de Iguatu, Agenor Neto, destacou a importância do trabalho
artístico de Evaldo Gouveia. “As suas canções marcaram época e compõem um
acervo das melhores músicas do romantismo nacional”, disse. “É um orgulho
para todos nós a sua presença em nossa cidade. Algumas pessoas queriam uma
festa num ambiente fechado, mas eu decidi trazê-lo para a praça, para o meio
do povo”.
A carreira começa em um bar, tocando na noite, em substituição a um músico
que faltara. Depois, disputa e ganha por sete vezes seguida, concurso de
interpretação na Ceará Rádio Clube. Em 1953 forma com Mário Alves e
Epaminondas o Trio Nagô e começa no Ceará uma carreira de sucesso, que se
amplia, ganha dimensão nacional e internacional. A parceria com o letrista,
Jair Amorim, foi fundamental para a criação das principais composições.
(©
Diário do Nordeste)
Terra natal tem música especial
Há 20 dias, Evaldo Gouveia compôs uma música para homenagear a sua terra
natal, Iguatu. Por ocasião do show em sua homenagem, na praça maestro
Eleazar de Carvalho, ele interpretou a composição. “Deixei minha terra ainda
menino/ Segui meu destino, ganhei a distância/ Tal qual peregrino parti pelo
mundo/ Cantando canções que aprendi na infância/ Do meu Tabuleiro um dia dei
um salto/Com minhas canções cheguei ao Planalto/ Por isso Iguatu de longe eu
vim/ Com toda gratidão que há em mim/Cantar essa canção que eu fiz pra ti/
Saudade da pracinha da Matriz/ Pois da radiadora o aprendiz/ Viveu um sonho
lindo que nasceu aqui/ Muito obrigado Iguatu/ Meu velho e doce torrão/ Muito
obrigado Iguatu/ Meu belo e doce torrão/ Essa homenagem foi fundo do meu
coração/.
No domingo, pela manhã, no Hotel Exposição, ele lembrou da infância no
bairro Tabuleiro. “Brinquei muito no rio Jaguaribe, no Bugi”, disse. “Tive
uma infância feliz”. Evaldo nasceu na cidade de Orós, mas aos oito meses
veio para Iguatu. “A minha família morava aqui. É que meu avô, era sargento
da Polícia Militar e era transferido para uma ou outra cidade, mas sou
iguatuense de coração e de alma, fui registrado aqui”.
Evaldo Gouveia passou a infância na casa do avô, sargento Antônio Gouveia,
em meio à música. Nas tardes de domingo, o avô promovia tradicional ´samba´,
na casa dele. Sanfona, triângulo e zabumba animavam a festa. A tia Palmira
Gouveia tocava bandolins e aprendeu com ela algumas notas. “Aprendi
posições, tons e os acordes no violão com Assis de Amâncio” (Assis Galdino),
contou. Aos 10 anos, foi para Fortaleza com o avô e a mãe, Maria Gouveia. “A
vida lá foi difícil, trabalhei na feira no Mercado Central, vendendo frutas
e verduras”, lembrou. Nas horas vagas, tocava violão e cantava os sucessos
da época no meio da feira.
(©
Diário do Nordeste)
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