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 Alto do Moura celebra 98 anos do Mestre Vitalino

 

 Mestre Vitalino faria 98 anos hoje
 

Se estivesse vivo, o ceramista Vitalino Pereira da Silva, o Mestre Vitalino, completaria hoje 98 anos de idade. A data vai ser lembrada com um culto ecumênico marcado para as 19h30, no Alto do Moura, em Caruaru, onde o artista viver. A celebração, a ser realizada no Clube do Artesão, será seguida de uma Banda de Pífanos Dois Irmãos fará uma apresentação especial.

Vitalino nasceu em 1909, no Sítio Campos, distrito de Caruaru. Como sua mãe fazia utensílios domésticos em barro, aos seis anos de idade ele começou a delinear formas de pequenos animais, com o que sobrava do trabalho de dona Joana Maria da Conceição. Na veia artística há espaço ainda para a música. Vitalino tocou pífanos em várias bandas, onde executava arranjos criativos e inesperados.

Em 1948, ele se muda, com a família, para o Alto do Moura e começou a ter seu trabalho reconhecido em todo o país, sendo levado para exposições e premiações em outras regiões do Brasil e do exterior. Até hoje, as peças do mestre estão no Museu do Louvre, em Paris. Entre as obras mais famosas estão o “Caçador de Gato Maracajá” (sua primeira peça) e o “Boi de Vitalino”. Vitalino morreu aos 54 anos de idade, em 20 de janeiro de 1963, depois de abrir um percurso artístico trilhado por centenas de seguidores ao longo dos tempos.

(© Pernambuco.com)

Alto do Moura celebra culto em homenagem a Mestre Vitalino

Para lembrar o aniversário do Mestre Vitalino, que se estivesse vivo completaria 98 anos, o Alto do Moura, em Caruaru, no Agreste do Estado, celebra nesta terça (10), às 19h30, um culto ecumêmico no Clube do Artesão. Um dos destaques do evento é a apresentação da Banda de Pífanos Dois Irmãos.

Nascido em 1909 no Sítio Campos, distrito de Caruaru, Vitalino Pereira da Silva desde os seis anos de idade começou a produzir peças em barro. Em 1948, deixa o sítio e se muda, com a família, para o Alto do Moura, que um dia seria conhecido como “Centro de Artes Figurativas das Américas”.

Foi a partir daí que Mestre Vitalino teve seu trabalho reconhecido em todo o País, sendo levado inclusive para exposições  e premiações em outras regiões do Brasil. O exterior também abriu as portas para a obra de Vitalino, tanto que peças do ceramista estão até hoje no Museu do Louvre, em Paris, na França.

Vitalino morreu aos 54 anos de idade, em 20 de janeiro de 1963, reconhecido por Mestre Vitalino, aquele que cumpriu a missão de criar uma saga, de abrir um percurso artístico trilhado por centenas de seguidores ao longo dos tempos. Uma obra admirada pelo mundo.

(© JC Online)


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VITALINO

Vitalino Pereira da Silva nasceu no dia 10 de julho de 1909, no Sítio Campos, em Caruaru, Pernambuco. Morava no Alto do Moura, uma vila a cerca de seis quilômetros de distância de Caruaru.

Filho de lavradores, iniciou-se com apenas 6 anos (1915) na arte do artesanato de barro. Como toda criança fazia bichinhos - boi, cavalo, bode - com as sobras do barro usadas por sua mãe que era louceira, designação dadas às mulheres que faziam utensílios domésticos de barro. Chamava a esta produção de loiça de brincadeira. Vitalino passou da loiça de brincadeira para as cerâmica figurativa com a peça Caçador de onça: um gato maracajá trepado numa árvore, acuado por um cachorro e o caçador fazendo pontaria, que foi vendida na Feira de Caruaru.

Dono de um grande talento musical, aprendeu a tocar pífano (espécie de flauta sem claves e com 7 furos) e com apenas 15 anos montou sua própria banda, a Zabumba Vitalino.

Inspirado no folclore nordestino, com um estilo figurativo, universalizou com a sua marca pessoal o cotidiano do homem sertanejo. As suas obras registram o cenário rural e também urbano onde ocorrem: Cortejo nupcial, Casamento no mato, Enterro na rede, Enterro no carro de boi, Boi transportando cana, a Vaquejada, o Vaqueiro que virou cachorro, A luta do homem com o Lubishome, Boi transportando o vivo e o morto, Lampião a pé, Lampião e Maria Bonita. A organização social do sertão também aparece na sua obra, através da representação da família solidária: Agricultor voltando da roça com a família, Retirantes. Na esfera do urbano aparecem o dentista, o fotógrafo, o trem a vapor, a PRA-8, a operação, o advogado, a costureira. Há também a série Vitalino ceramista, um auto-retrato: Vitalino cavando barro, Vitalino trabalhando, Vitalino queimando a loiça, Vitalino e Manuel carregando a loiça. Vitalino executava também ex-votos, segundo depoimentos dos seus contemporâneos Zé Caboclo e Zé Rodrigues.

O material que ele usava para a suas peças era o massapê, que retirava da vazante do rio Ipojuca e transportava em balaios para casa. O barro era molhado e deixado em depósito por dois dias para ser curtido, sendo então amassado e modelado. As peças eram cozidas em forno circular, construído ao ar livre, atrás da casa.

No início a aplicação da cor nos bonecos era feita com barro de diferente tons - tauá, vermelho, branco. Depois Vitalino passou a usar produtos industriais na pintura dos seus bonecos. As peças da primeira fase, não possuiam marca de autoria. Posteriormente o artista passou a assinalar com lápis e "tinta preta as iniciais V.P.S, no reverso da base dos grandes grupos" e a partir de 1947 começou a utilizar o carimbo, também de barro, com as mesmas iniciais V.P.S, adotando em 1949 o seu nome de batismo.

Foi o artista plástico Augusto Rodrigues quem revelou o trabalho de Vitalino para o resto do País, organizando em 1945 sua primeira exposição no Rio de Janeiro. Ainda em vida fez uma doação de 250 peças ao Museu de Arte Popular de Caruaru, atendendo solicitação da prefeitura da cidade.

Morreu pobre, esquecido e sem auxílio do Estado, vítima de varíola, no dia 20 de janeiro de 1963.

Após sua morte foi inaugurada, no Alto do Moura, a Casa Museu Mestre Vitalino, onde estão expostas as suas principais peças. Sua produção é estimada em cerca de 130 peças, que são cuidadosamente reproduzidas pela família. Hoje os seus trabalhos mais valorizados são os da primeira fase de sua obra, em especial aqueles em que os olhos do bonecos são vazados e não pintados. Os seus filhos, netos e bisnetos continuam o seu trabalho até hoje.

A produção do mestre Vitalino encontra-se bem representada no Museu do Homem do Nordeste da Fundação Joaquim Nabuco.  

Fontes consultadas:
FROTA, Lelia Coelho. Mestre Vitalino . Recife: FJN, Ed. Massangana, 1986.
MESTRE Vitalino. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil,1993.
RIBEIRO, René. Vitalino:ceramista popular do Nordeste. Recife:IJNPS, 1972.

(© Fundaj)

 

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