A Escola Brasileira de Arte Popular será
inaugurada na abertura da Semana do Folclore, no dia 15 de agosto, no Crato
A permanência de uma tradição dos antepassados. Preservação da memória cultural
do povo do Cariri por meio da musicalidade e da arte dos mestres da cultura. É
com essa finalidade que será criada, no Crato, a Escola Brasileira de Arte
Popular, com aula inaugural na abertura da Semana do Folclore, no dia 15 de
agosto, às 17 horas, com o mestre José Demetrio de Araújo (Cirilo da Bela
Vista). As aulas vão funcionar no Centro Cultural do Araripe. Serão iniciadas
primeiramente com as danças dos grupos de tradição popular, com a participação
de crianças e adolescentes. As aulas serão ministradas pelos próprios mestres da
cultura, no fim da tarde.
A Escola é da Fundação do Folclore Mestre Eloi, que atua no resgate, promoção e
difusão do folclore e da cultura. A entidade reúne os grupos folclóricos do
município, incluindo reisados, maneiro-paus, cocos, dança de São Gonçalo, bandas
cabaçais, lapinhas, além de estudiosos e pesquisadores.
De acordo com o presidente da Fundação, Cacá Araújo, a Escola Brasileira de Arte
Popular será como “um pião a rodopiar permanentemente em movimentos de rotação e
translação, resgatando, preservando, revitalizando, transmitindo, cultivando em
meio às novas gerações os elementos formadores da cultura nordestina e
nacional”, ressalta.
O trabalho, segundo Cacá, já acontece nas comunidades de cultura, onde estão os
grupos populares e seus mestres, incluindo o Distrito da Bela Vista (Vila Padre
Cícero), Sítio Serraria, Distrito da Santa Fé (Sítio Cruzeiro), Bairro Muriti,
Bairro Gisélia Pinheiro (Batateira), Bairro Seminário, Vila São Francisco (Sítio
Quebra), Sítio Coqueiro, Sítio São Vicente, Vila Lobo. O que se pretende é
potencializar e ampliar, sem impor limites ou fórmulas aos mestres. São eles que
repassarão de forma natural, como é feito nas comunidades, os ensinamentos às
novas gerações.
“Mais importante é manter viva e pulsante a alma do povo pela redescoberta
permanente da ancestralidade e pela gestação de novas abordagens, seguindo as
transformações impostas pela natureza”, diz. Outra contribuição importante,
conforme o representante da entidade, é a valorização do fazer cultural, com
inserção na cadeia produtiva do turismo cultural e histórico, contribuindo para
a geração de renda.
O projeto atenderá a uma demanda de público espontânea, inicialmente. As aulas
serão realizadas nas proximidades de áreas carentes da cidade e buscará atender
a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Outras metas
Mas a iniciativa busca outras metas, como criar e equipar o Centro de Referência
do Folclore, da Arte e da Cultura Popular para pesquisa, documentação
bibliográfica, audiovisual e iconográfica. As escolas serão o grande alvo do
processo, para disseminação da cultura popular. As instituições de ensino
receberão incentivo para desenvolverem ações que colaborem para a construção de
um conhecimento reflexivo e sensível por meio da cultura. As aulas funcionarão
como rodas de conversas com os mestres, das terças-feiras às sextas-feiras.
Ações permanentes
As ações permanentes de transmissão do saber popular serão feitas nas
terças-feiras, com o Circo-Escola Alegria, com Josernany Oliveira, membro da
Fundação; nas quartas, como o maneiro-pau, com o mestre José Demetrio de Araújo,
Cirilo da Bela Vista. Nas quintas-feiras, será a vez do reisado, com o mestre
Aldenir Callou e mestra Mazé Luna; nas sextas, o trabalho tem continuidade com a
dança do coco as mestras Edite Dias e Maria da Santa e o mestre Correinha.
Mais informações: Rua Monsenhor Francisco de
Assis Feitosa, 504. Centro-CEP.: 63.100-360 Ceará. (88) 3523 7430 / 88 8801
0897.
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