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Walter Smetak
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Imprevisto exibe instrumentos esculturais criados
pelo músico, poeta e pesquisador para execução de composições
clássicas
Tiago Décimo
Segue
até 30 de setembro a exposição Smetak Imprevisto, no Museu de Arte
Moderna (MAM) da Bahia, em Salvador. A mostra é uma homenagem aos 70
anos da chegada à Bahia do músico, poeta, escultor e pesquisador
checo - naturalizado suíço - Anton Walter Smetak (1913-1984), que
desenvolveu em solo baiano a teoria estático-musical, desenvolvendo
novos instrumentos, esculturais, para a execução de música clássica.
''A obra de Smetak explora a curiosidade na arte, quando mostra
tanto esboços dos novos instrumentos musicais como esculturas que
apenas sugerem sons'', afirma um dos curadores da exposição, Arto
Lindsay.
Ícone do experimentalismo musical, Smetak foi guru de músicos
brasileiros - como os do movimento Tropicalismo - e professor da
escola de música da Universidade Federal da Bahia. Entre suas mais
de 150 esculturas musicais, há ícones como o Pindorama, um
instrumento de sopro que pode ser tocado, ao mesmo tempo, por 28
pessoas, feito, basicamente, de bambu, cabaças e plástico. Antes,
elas estavam espalhadas, em geral, por repartições públicas baianas.
Começaram a ser reunidas, novamente, em 2001.
A exposição, que apresenta as inovações do músico e pesquisador
restauradas e promove a catalogação e a digitalização tanto das
obras materiais quanto imateriais de Smetak, demorou mais de um ano
para ser concebida. Durante o processo, a família do músico foi
consultada e a preocupação com a conservação das obras foi decisiva.
''''O trabalho de transporte e restauro das obras teve de ser feito
com cuidado, porque os instrumentos-esculturas de Smetak foram
produzidos com materiais frágeis'''', conta Lindsay. ''''Essa
característica, aliás, inspira a reflexão provocada pelo artista,
refletindo tanto o Brasil quanto a situação pessoal do autor.''''
A partir da exposição, onde os visitantes vão encontrar, além das
esculturas, livros, fotos, documentos e registros sonoros - entre
eles música extraída de sons de objetos do cotidiano, como portas,
janelas e torneiras pingando -, a obra e os pensamentos de Smetak
também passam a figurar no site
www.smetakimprevisto.com.br, fonte de pesquisa sobre o artista.
''A mostra não se encerra em si, mas estimula a discussão e o
aprofundamento do caráter experimental do artista'', afirma a
produtora-executiva do projeto, Minom Pinho. Durante o período da
mostra, também serão realizadas palestras e conferências com
restauradores, curadores e pesquisadores dos trabalhos de Smetak.
A mostra também vai ajudar a enriquecer o conteúdo de ensino de
alunos da rede estadual baiana. Amanhã, professores das escolas
públicas vão participar de um encontro com os curadores da
exposição, para elaborarem visitas guiadas dos estudantes ao MAM
baiano.
A exposição, que tem produção da Casa Redonda e apoio institucional
da Ufba, fica aberta de terça-feira a domingo, das 13 às 19 horas. A
entrada é franca. Mais informações podem ser obtidas pelo tel. (71)
3117-6065.
(©
Agência Estado)
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