Notícias
Mestre Salu aniversaria e faz festa na Casa da Rabeca

12/11/2006

Mestre Salu e sua rabeca


Aos 61 anos, o rabequeiro brinca cavalo-marinho, canta, improvisa versos e botará os convidados para dançar com seu grupo o Sonho da Rabeca


JOSÉ TELES

A Casa da Rabeca recebe neste final de semana forrozeiros, coquistas, emboladores, repentistas e maracatus para a festa dos 61 anos de idade de Mestre Salustiano. Há 42 anos no Recife, o Mestre Salu da Rabeca brinca com maracatu e cavalo-marinho desde criança, mas foi com sua descoberta pela geração manguebeat, nos anos 90, que ele virou nome nacional, e internacional, com constantes viagens pelo Brasil e exterior (EUA, França, Cuba, Bolívia).

Afoxé Alafim Oió, Selma do Coco, Quinteto Pé no Bucho, Rogério Rangel, Karolinas com K, Paulinho do Acordeom, Cavalo Marinho Boi Matuto, são alguns dos nomes que se apresentam nestes dois já tradicionais dias de festa na Cidade Tabajara que têm, naturalmente, a participação do aniversariante, empunhando sua rabeca, e encarnando o Mateus do cavalo-marinho, personagem que ele faz desde que se iniciou na brincadeira, em Aliança (Zona da Mata).

Será um intervalo entre os muitos trabalhos com os quais Mestre Salu está comprometido. Outro é A rabeca encantada, mais um disco que faz com o grupo Sonho da Rabeca. “Já gravamos 16 músicas. São todas minhas, que eu nunca soube cantar composições dos outros.

O lançamento vai ser em dezembro”, diz ele, que também participa como músico e ator do Romance d’a pedra do reino, do amigo Ariano Suassuna, no qual vive o papel de Pedro Cego. Não será a primeira vez que Mestre Salu empresta sua arte ao cinema. Seu nome consta dos créditos de Abril despedaçado, de Walter Salles Jr. Na TV Globo está na trilha da novela Renascer e do elogiado especial Hoje é dia de Maria. “Lá fora o artista popular é mais valorizado. Vai ver que é porque Pernambuco tem fartura de artistas populares e, por isso, ninguém presta muita atenção neles”, comenta.

Administrador e idealizador de um dos espaços mais celebrados na cultura popular no Estado, o Ilumiara Zumbi, Mestre Salu diz que apesar da presença constante de estudantes, estrangeiros e turistas, músicos, o maracatu rural, e cavalo-marinho não foram influenciados por isto. “O cavalo-marinho continua como era antes. São oito horas de brincadeira sem parar. O maracatu também continua igual, embora hoje ninguém siga os rituais de antigamente, aquele negócio de azougue, que deixava o cabra doidão, se privar de transar. Tem mais isso não, o pessoal brinca mais pela boniteza do maracatu”, esclarece Mestre Salustiano.

(© JC Online)


Com relação a este tema, saiba mais (arquivo NordesteWeb)


powered by FreeFind


Google
Web Nordesteweb