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O forró turbinado do piauiense Beto Brito

20/11/2006

Beto Brito0 lança seu sexto disco

Em seu mais novo disco, Imbolá, ele mescla com hip hop e rock os sons que aprendeu na feira

JOSÉ TELES

O piauiense Beto Brito, paraibano por adoção, chega ao seu sexto disco, em dez anos de carreira, com uma sonoridade bem diferente dos trabalho anteriores. Em Imbolê (independente, e distribuído pela Trattore), Brito acrescenta programações eletrônica e hip hop à sua música. Influência do que ele tem escutado desde Mei de Feira (de 2004), quando já prometia incrementar seu forró rabecado.

Garoto que recebeu aulas de cultura popular na prática, convivendo com emboladores, repentistas, cantadores cegos, na feira de sua terra natal, Santo Antônio de Lisboa (PI), Beto Brito está mudando de sons, mas continua escrevendo folhetos de cordel e tocando rabeca: “Minha música continua empregando o idioma rítmico nordestino, mas desta vez preferi usar pouco a sanfona, menos percussão, optei por uma roupagem mais contemporânea”, explica Brito, que diz ter passado a ouvir mais músicos que trafegam por estradas diferentes do tradicional: o rapper americano Eminem, o grupo pop pernambucano Mula Manca, e o DJ Dolores: “A música pernambucana sempre esteve comigo, é uma das minhas influências. Admiro a visão world music que têm os músicos do Recife”, admite. Ele fecha o repertório Imbolê, com Zabé, uma homenagem a Dona Zabé da Loca, a octogenária “pifeira” paraibana.

Além das influências, um pernambucano participa diretamente de Imbolê, o produtor e guitarrista Robertinho do Recife: “Mandei o que já havia gravado, com Igor Ayres, em João Pessoa, imaginando que Robertinho pudesse aproveitar um pouco do material, no entanto ele aproveitou muita coisa, e também toca no disco”, Beto Brito contou também com a participação de Zé Ramalho. Os dois fazem um dueto na faixa Zé Limeiriando, adaptação livre do antológico Zé Limeira, o poeta do absurdo, de Orlando Tejo.

Cordelista, com dezenas de títulos publicados, mais uma vez Beto Brito lança um disco acompanhado de alguns folhetos de feira, este tipo de literatura era chamada no tempo em que ele vivia as feiras do interior piauiense. Entre os novos folhetos, que vêm, como bônus, numa caixinha com o CD Imbolê, estão As profecias de Lampião, A nova peleja de Zé Ramalho com Zé do Caixão, Falando Nordestinês, Loiras e morena, O xodó do Brasil. Imbolá, foi lançado em João Pessoa, na semana passada,será lançado no Recife, numa, provável, dobradinha com o Quinteto Violado, mas desta vez o cantor tem intenção de trabalhar mais o CD no exterior. No ano que vem Beto Brito volta à Europa, e passa um mês por lá divulgando Imbolá.

(© JC Online)


CD traz o alicerce baiano que move o samba-de-roda

DA SUCURSAL DO RIO

No ano passado, enquanto o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) aprovava o jongo como patrimônio cultural brasileiro, o samba-de-roda se tornava patrimônio da humanidade. Para conquistar o título, foi preciso produzir um dossiê sobre o gênero do Recôncavo Baiano, uma das fontes do samba carioca e até hoje cantado (e dançado) nas cidades próximas à baía de Todos os Santos.

Munido de um estúdio portátil de gravação, o etnomusicólogo Carlos Sandroni registrou sambas tradicionais de Santo Amaro da Purificação, Cachoeira, São Félix, Maragogipe e Maracangalha, entre outros distritos e municípios. Sem distribuição comercial, o CD que fez parte do dossiê tem sido entregue às comunidades e a pesquisadores. Reúne 22 faixas, com chulas e sambas corridos, os principais grupos em que se dividem as manifestações da região.

Ao contrário do jongo, em que a sonoridade dos tambores evoca as senzalas, no samba-de-roda misturam-se fontes culturais africanas com portuguesas, como o machete (pequena viola) e o pandeiro. O CD mostra o alicerce de artistas como Maria Bethânia e Caetano Veloso.

(© Folha de S. Paulo)


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