Compositor da música Reunião de Tristeza lutava contra o
câncer
Morreu no fim da noite de
quinta-feira, aos 76 anos, o músico Severino Dias de Oliveira, o
Sivuca. Ele estava internado desde terça-feira, 12, num hospital em
João Pessoa, na Paraíba, para tratamento de câncer, segundo
informações do jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo.
Sivuca compôs músicas conhecidas como Feira de Mangaio,
Adeus, Maria e Reunião de Tristeza.
Talento musical
Sivuca nasceu em 26 de maio de 1930 na cidade de
Itabaiana, interior da Paraíba, em uma família humilde de
agricultores e sapateiros. Seus pais eram José Dias de Oliveira e
Abdolia Albertina de Oliveira. A opção pela música se deveu à sua
própria natureza albina, que sempre o impediu de ficar exposto ao
sol na lavoura, ou mesmo batendo pregos nas solas de sapatos.
Aos 4 anos já tocava e cantava as músicas de um
bloco de maracatu, conhecido como Maracatu de João Penca, que
costumava passar próximo à sua casa. O som era tirado de uma
harmônica rudimentar feita de madeira, presente de seu pai.
Em 1939, ganha, junto com os irmãos, uma sanfona,
início de sua carreira de músico, animando casamentos e festas pelo
interior. Aos 15 anos foi tentar a sorte em um programa de calouros,
em Recife, tocando, entre outras, Tico-Tico no Fubá, de
Zequinha de Abreu, música que gravaria, anos depois, em seu primeiro
disco.
Contratado pela Rádio Clube de Recife em 1945,
teve suas primeiras noções de teoria musical através do clarinetista
Lurival de Olivera, músico da Orquestra Sinfônica de Recife. Foi o
maestro e mestre Guerra Peixe, segundo ele próprio, quem conseguiu
abrir seus horizontes musicais. Foi parar em São Paulo pelas mãos da
cantora Carmélia Alves. Trabalhou em dezenas de programas de rádio e
foi do elenco fixo da TV Tupi de 1955 a 1959.
Em 1958, foi representar o Brasil na Europa,
juntamente com músicos como Abel Ferreira e o Trio Iraquitã. Morou
quatro anos em Paris, de 1960 a 1964 e, em 1965, já estava nos
Estados Unidos para integrar, como guitarrista, o conjunto de Miriam
Makeba, famosa pela gravação de Pata Pata. Com ela viajou
pela África, pela Europa e pela Ásia. Foram mais de dez anos
acompanhando músicos de todas as vertentes e dirigindo musicais nos
EUA. Voltou ao Brasil, em 1975, e gravou o belo Sivuca e Rosinha de
Valença. Também compositor de mão cheia, compôs clássicos como
Feira de Mangaio, com a mulher Glorinha Gadelha, sucesso na voz
de Clara Nunes, e João e Maria, com Chico Buarque. Gravou com os
gaitistas Toots Thielemans , Rildo Hora e interpretou Pixinguinha,
Luperce Miranda e Bach.
Morre em João Pessoa, vítima de câncer, Sivuca –
o menestrel da música
Já
está sendo velado no Parque das Acácias, em João
Pessoa, o corpo de Sivuca, morto a meia noite desta
quinta-feira, no Hospital Memorial São Francisco,
vitima de câncer na laringe. Seu sepultamento está
programado para às 17 horas de hoje.
Segundo familiares, Sivuca estava internado no
hospital desde a última terça-feira quando seu
estado clínico piorou levando sua companheira, a
compositora e cantora Glorinha Gadelha, a ter que
levá-lo para acompanhamento médico hospitalar.
Sivuca sofria de câncer, há mais de um ano, e estava
sendo acompanhado por médicos e sua mulher em seu
apartamento no bairro de Manaira, em João Pessoa.
Quem era - Severino Dias de Oliveira, mais
conhecido como Sivuca. Nasceu em Itabaiana, estado
da Paraíba, 26 de maio de 1930 . Além de compositor,
Sivuca é um notável acordeonista (sanfoneiro). É
casado com a compositora e medica Gloria Gadelha,
nascida em Sousa, estado da Paraíba.
Sivuca contribuiu significativamente para o
enriquecimento da música brasileira, sendo
reconhecido internacionalmente por seu trabalho.
Suas composições e trabalhos incluem, dentre outros
ritmos, choros, frevos e forrós.
Sua iniciação musical se deu na infância, tocando em
feiras e festas populares já aos 9 anos de idade.
Mudou-se para Recife aos quinze anos de idade, onde
adotou seu nome artístico.
Seu primeiro LP, em 1950, em parceira com Humberto
Teixeira, continha o seu primeiro grande sucesso,
"Adeus, Maria Fulô" (que foi regravado numa versão
psicodélica pelos Mutantes, nos anos 60).
A partir de 1955, foi morar no Rio de Janeiro. Após
apresentações na Europa como arcodeonista dum grupo
chamado Os Brasileiros, chegou a morar em Lisboa e
Paris.
Morou em Nova York de 1964 a 1976, onde entre outros
trabalhos, foi autor do arranjo do grande sucesso
"Pata Pata", de Miriam Makeba, com quem então
excursionou pelo mundo até o fim da década de 60.
Outros detalhes
- O talento de Sivuca se manifestou precocemente.
Com 9 anos já animava casamentos e festas pelo
interior. Aos 15 foi tentar a sorte em um programa
de calouros, em Recife, tocando, entre outras,
Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, música que
gravaria, anos depois, em seu primeiro disco.
Estudou harmonia com o maestro Guerra-Peixe e foi
parar em São Paulo pelas mãos da cantora Carmélia
Alves. Trabalhou em dezenas de programas de rádio e
foi do elenco fixo da TV Tupi de 1955 a 1959. Em
1958, foi representar o Brasil na Europa, juntamente
com músicos como Abel Ferreira e o Trio Iraquitã.
Morou quatro anos em Paris, de 1960 a 1964 e, em
1965, já estava nos Estados Unidos para integrar,
como guitarrista, o conjunto de Miriam Makeba,
famosa pela gravação de Pata Pata. Com ela viajou
pela África, pela Europa e pela Ásia. Foram mais de
dez anos acompanhando músicos de todas as vertentes
e dirigindo musicais nos EUA.
Voltou ao Brasil, em 1975, e gravou o belo Sivuca e
Rosinha de Valença. Também compositor de mão cheia,
compôs clássicos como Feira de Mangaio, com a mulher
Glorinha Gadelha, sucesso na voz de Clara Nunes, e
João e Maria, com Chico Buarque.
Gravou com os gaitistas Toots Thielemans , Rildo
Hora e interpretou Pixinguinha, Luperce Miranda e
Bach. Aos 73 anos, Sivuca era um dos mais talentosos
músicos em atividade no mundo.