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Geraldo Azevedo faz o primeiro DVD

07/10/2009

 

 

Foto: Marcia Moreira
Da esquerda para direita: Thiago, Lucas, Geraldo Azevedo, Clarisse e Gabriela
 
No aniversário de 114 anos de Petrolina, no dia 7 passado, Geraldo Azevedo conta que sentiu uma das maiores emoções de sua vida: “Cantei na festa da cidade, a convite da prefeitura. Foi um evento imenso. Pela primeira me apresentei numa praça com vista para o rio, e foi assim que lancei meu DVD em Petrolina”. Ele se refere a Uma geral do Azevedo, sua estreia em DVD. Algo que causa um pouco de estranheza pelo nome que tem e por ser já um veterano na MPB. “Fiz com a TV Brasil, que cedeu os equipamentos e a equipe técnica. Por mim teria feito antes, mas sou um artista independente e um DVD é muito caro. É um filme. Faço sempre disco para fazer shows, mesmo não vendendo tanto, acaba vendendo a longo prazo”.

O DVD foi idéia da filha do cantor, Gabriela Azevedo, produtora executiva do projeto. Aliás, aqui Geraldo Azevedo pratica o nepotismo do bem. A filha Clarice Azevedo faz vocais de apoio, enquanto Tiago Azevedo toca bateria. E há nepotismo também indireto, com a presença de Roberta do Recife, filha de Robertinho do Recife, produtor do artista. “Conheço Robertinha desde criança, a primeira gravação dela foi num disco meu, numa música chamada Luca, dedicada a meu filho”, conta Geraldo, que considera o DVD um tributo a sua carreira. “Toco com banda, mas tenho o meu lado voz e violão, com que viajo pelo Brasil. A escolha do Circo Voador deve-se ao fato de eu ter uma história ligada ao local. Sempre fiz shows por lá, mesmo naquele tempo das bandas Barão Vermelho, Paralamas. Uma das músicas que inclui no show, Picadeiro do tempo, foi composta em homenagem ao Circo”.

Geraldo não tem ainda a data do lançamento no Recife, onde, por sinal, não tem feito tantas apresentações como acontecia até o início dos anos 90. “Já fiz temporada de sete dias. Hoje não acontece mais isso, mesmo com o preço do ingresso defasado. Hoje, só quem pode cobrar preço alto é um cara como Chico Buarque, que sempre tem quem vá, porque não é todo dia que ele faz show”. Geraldo lembra que, no Recife, nos anos 60, ele, Zélia Barbosa e Carlos Reis fizeram uma temporada de 15 shows, de Paroli paroliando, com casa cheia. Depois, quando foi para o Rio de Janeiro pela primeira vez, com Eliana Pitman, fizeram temporada de três meses, de quarta a domingo, com o teatro lotado.

Ele não acha que isto se deva só a internet, onde a maioria das pessoas mais jovens buscam informações, e, geralmente, têm mais interesse no que acontece em Londres ou Nova Iorque. “Isto até que acontece, mas o meu site é um dos mais antigos entre os artistas. Quando fiz o meu, acho que só Gilberto Gil tinha um. Assim, meu trabalho, carreira, há muito tempo está na Internet. Aliás, antes deste, já existia uma página sobre mim nos Estados Unidos. É um instrumento maravilhoso, mas também contribui para o uso ilegal de seu trabalho. Mas não adianta lamentações porque não tem mais volta”, diz.

O repertório de 21 canções dá uma panorâmica nos 42 anos de carreira de Geraldo Azevedo (contando com a gravação de Aquela rosa, por Teca Calazans, em 1967). Há algumas obrigatórias, como Dona da minha cabeça, O amanhã é distante, Menina do Lido ou Dia branco, e outras menos conhecidas, mas marcantes, como Caravana, Tambor do mundo. Duas são inéditas na voz dele: É minha vida (com capinam) e É o frevo Brasil, que encerra o show. “Em em 2000, seria Frevo do ano 2000, mas acabei não gravando e o título ficou datado, então modifiquei, tirei o 2000 e coloquei Brasil para continuar rimando”. O workaholic petrolinense, mal lança um DVD, já está com outro engatilhado. É Salve o São Francisco (CD e DVD), um projeto conceitual, de canções inéditas, que contou com participação de Alceu Valença, Ivete Sangalo, Dominguinhos e Targino Gondim. “Mas é melhor a gente conversar sobre ele quando estiver perto do lançamento”.

Todos os desenhos que ilustram, sutilmente, o DVD são assinados pelo próprio Geraldo Azevedo, foram pinçados de um caderno de desenhos dele. “Gosto muito de desenhar. Quando comecei, no Recife, como a música não dava grana, ganhava como desenhista. Mais tarde, no Rio, na ditadura, depois da minha primeira prisão, voltei para o desenho publicitário. Aí, Alceu veio e me trouxe de volta para a música. Às vezes, faço um quadro para presentear, mas meu negócio é música. Toco o tempo inteiro, muitas vezes nem guardo o que componho. Dedico-me por inteiro ao que faço. Se me dedicasse ao desenho, teria que abandonar a música”. (J.T.)

(© JC Online)

 


Em família, Geraldo Azevedo grava o primeiro DVD da carreira

Leandro Souto Maior , JB Online

RIO - Já foi fita demo, depois CD demo. Agora, a tendência dos novos artistas no mercado tem sido lançar, de cara, um DVD. Como que um cartão de visitas, onde não só se ouve o som, mas também apresenta como é sua performance no show. Paradoxalmente, artistas com anos de estrada ainda não estrearam no formato. É o caso de Geraldo Azevedo, com 35 anos de carreira. Era. O cantor e compositor grava, nesta sexta-feira, seu primeiro registro de imagens solo (ele já havia dividido o DVD Grande encontro com Elba e Zé Ramalho), promovendo um apanhado de seus grandes sucessos ao vivo no Circo Voador. O lançamento está previsto para depois do Carnaval, quando sairá também outro DVD de sua lavra: Salve São Francisco. Demorou tanto seu primeiro registro, que Geraldo Azevedo resolveu liberar logo dois produtos de uma só vez.

- Este ano eu gravei um disco inteiro em homenagem ao Rio São Francisco e foi tudo filmado – conta o cantor. - Já estava tudo certo para lançá-lo no ano que vem, mas no meio do caminho pintou a idéia de gravar também uma retrospectiva da minha carreira no Circo Voador. Acabou que resolvi lançar logo tudo. Estou produzindo muito. O Salve São Francisco nem saiu ainda, mas já tenho material para um próximo CD.

Diferentemente do show desta sexta-feira, o DVD com o registro das gravações do álbum será em formato de documentário, e conta com um convidado especial em cada música.

- Eu queria chamar pelo menos um convidado famoso para cantar no Circo, mas tudo aconteceu muito rápido. Foi um alívio trazer diversas participações no outro lançamento, como Ivete Sangalo, Alceu Valença, Moraes Moreira, Djavan, Dominguinhos...

Geraldo Azevedo explica que a demora em lançar seu primeiro DVD aconteceu por ele ser um artista independente - grava por seu próprio selo, o Geração –, e a produção de um projeto como esse requer uma infra-estrutura grande, que só poderia ter sido realizada com apoios que conseguiu.

Além de clássicos inevitáveis como Táxi lunar, Bicho de sete cabeças e Dia branco, o show reserva algumas surpresas.

- Como é um DVD histórico, resolvi reunir os sucessos, mas incluí também uma nova música, minha e do Capinam, e que tem um título bem apropriado: É minha vida.

A idéia inicial era fazer uma apresentação acústica, mas quando foi definido que o palco seria o do Circo Voador, o plano mudou. O repertório e os arranjos ficaram mais efervescentes, como o próprio Geraldo classifica. Sua relação com o espaço também determinou a inclusão de uma canção no roteiro.

- Na década de 80 cantei muito naquela lona, ela faz parte da minha história, então resolvi resgatar uma música que fiz especialmente para o Circo, Picadeiro do tempo.

Em família

Três filhos do cantor e compositor seguem os passos musicais do pai, e vão estar no palco com ele, durante a gravação: Tiago Azevedo (bateria), Clarice Azevedo (vocal) e Lucas Amorim (percussão) - este veio de Londres, onde toca a carreira, especialmente para participar do show. A produtora executiva do DVD também é sua filha, Gabriela Azevedo, que não toca nem canta, mas trabalha diretamente com produção artística.

- Foi uma escolha natural deles, influenciado talvez pela convivência comigo. Eu nunca incentivei ninguém a seguir a carreira musical, mas acho que o DNA falou mais forte, né?

Apesar de se tratar de um registro ao vivo, o público que costuma assistir a esse tipo de gravação não precisa se preocupar com possíveis repetições de músicas.

- A gente combinou de fazer o show inteiro, direto. Depois, se as pessoas da produção perceberem que faltou alguma coisa, repetimos no final. Estou com uma grande expectativa. Uma coisa é fazer um show relaxado. Outra é quando falam o tal do 'gravando'! É outra coisa.

(© JB Online)


 

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