Notícias
Janela Internacional de Cinema leva 150 filmes ao Recife

14/10/2009

 

 

Foto: Divulgação
Filme Viajo porque preciso, volto porque te amo abre o festival
 
O festival Janela Internacional de Cinema do Recife chega a sua segunda edição com uma programação que, ao longo de nove dias, trará à capital pernambucana 150 filmes, entre curtas e longas brasileiros e estrangeiros. O evento tem início na próxima sexta-feira (16) e segue até o dia 24 de outubro. Os filmes serão exibidos nos Cinemas da Fundação e Apolo.

Durante o festival, acontecem mostras competitivas de curtas-metragens, brasileira e internacional, sessões de longas-metragens inéditos no Recife e mostras não competitivas. O festival também traz a proposta de realizar, ao final das sessões, conversas entre o público e os cineastas e convidados. A abertura, no Cinema da Fundação, conta com uma seleção surpresa de curtas e com a estreia no Recife do longa Viajo porque preciso, volto porque te amo, do pernambucano Marcelo Gomes e Karim Aïnouz.

Os curtas do festival estão divididos em programas temáticos. Entre os longas, títulos como Los abrazos rotos, de Pedro Almodóvar; Politist adjectiv, de Corneliu Porumboiu; No meu lugar, de Eduardo Valente; e Corumbiara, de Vincent Carelli. Todos os realizadores brasileiros participarão dos debates. Os programas de curtas terão entradas ao preço de R$ 1, enquanto os ingressos para os longas custarão R$ 8 e R$ 4.

O curador do festival, Kleber Mendonça Filho, acredita que é o caráter autoral e pessoal dos títulos que aproxima filmes de nomes tão conhecidos como Almodóvar de outros menos populares entre o grande público. "De alguma maneira, eu consigo ver nisso uma relação entre todos os filmes da seleção", afirma. O investimento para o festival foi de R$ 88 mil de financiamento público, mais alguns apoios da iniciativa privada.

Na edição deste ano, o Janela traz três programas de curtas numa parceria com o Festival Internacional de Curtas Metragens de Oberhausen, um dos mais reconhecidos do mundo. O festival também valorizou parcerias com cineclubes e trará a sessão "Sexo é coisa que quase todo mundo gosta", com curadoria do Cachaça Cinem Clube, do Rio de Janeiro, além de duas sessões de filmes surpresa, uma com curadoria do Cineclube Dissenso e a outra com seleção da produtora Trincheira Filmes, ambos de Pernambuco.  Haverá ainda programas gratuitos na Aliança Francesa, no Derby, e no Hospital do Câncer, em Santo Amaro.

O festival de cinema também abriu espaço para videoclipes, com a mostra especial "Caos, noise e clipes -  retrospectiva dos 15 anos do videoclipe pernambucano". No sábado (17) haverá a festa Bendita, celebrando o início do Janela. A festa, no Poço da Panela, será animada pelas DJs Alice Coutinho e Ana Carmo e contará com a partcipação dos cantores Alessandra Leão e Junior Black, que assumem a posição de DJs convidados.

Assim como no ano passado, o festival contará com um blog onde sete jovens universitários publicarão críticas diárias sobre os filmes exibidos. O Janela Crítica começará a ser alimentado após o início do festival. Outro blog que promete movimentar o festival é o Janela Indiscreta, assinado pelo artista visual Aslan Cabral, que publicará comentários sobre os bastidortes do evento.

(© JC Online)

 


Janela bem aberta para o cinema

Curtas e longas dos mais diversos recantos, de Hong Kong ao Ceará, serão exibidos na segunda edição do evento, a partir de sexta até o dia 24

Fellipe Fernandes
ffernandes@jc.com.br

O cinema como uma janela aberta para olhares pessoais, originários dos mais diversos recantos, de Hong Kong ao Ceará, passando pela Alemanha, Polônia, Estados Unidos e Pernambuco. A segunda edição do festival Janela Internacional de Cinema do Recife cumpre o objetivo proposto pela iniciativa e coloca Recife no roteiro de exibição de obras de destaque no cenário nacional meses antes de suas estreias no circuito comercial, além de proporcionar o contato com filmes que não têm sequer divulgação programada no Brasil. A partir de sexta-feira, o Cinema da Fundação recebe longas que fizeram carreira nos mais famosos festivais internacionais, além de produções que, mesmo não tão badaladas, podem revelar algo de relevante numa forma pessoal de fazer cinema. Na próxima segunda a programação também passa a ter sessão no Cinema Apolo, até o encerramento no sábado, 24.

O longa-metragem Viajo porque preciso, volto porque te amo, de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, que ganhou na semana passada o prêmio de melhor direção no Festival do Rio, abre a programação 2009 da Janela. O filme pernambucano é exibido pela primeira vez no Estado, assim como os outros nove longas que compõem a programação. Los abraços rotos, lançamento de Pedro Almodóvar ansiosamente aguardado pelos cinéfilos, é exibido no domingo, por exemplo. Já a nova obra de Alain Resnais, Les herbes folles, encerra o festival produzido pela Cinemascópio. Assim como o lançamento de Almodóvar, o filme de Resnais participou da última edição do festival de Cannes, no qual recebeu o prêmio pelo conjunto da obra.

Dos festivais internacionais também chegam à programação do Janela longas-metragens menos conhecidos, mas que merecem igual atenção. Politist adjectiv, de Corneliu Porumboiu, obra que conquistou o prêmio do júri na mostra Um Certo Olhar, também de Cannes, não tem o poder de atração de um arrasa-quarteirão como Almodóvar, mas vem construindo sólida carreira, confirmando a onda inspirada pela qual passa o cinema romeno. Mais discreto é o caminho percorrido pela produção belga Double take, de Johan Grimonprez, que participou do Festival de Berlim, mas não tem distribuição prevista no Brasil.

Da recente produção brasileira, a Janela traz a estreia mundial do novo longa-metragem de Marcelo Pedroso, Pacific, que, através de imagens de turistas, retrata a viagem num cruzeiro para Fernando de Noronha. Da Símio Filmes, produtora da qual Pedroso é um dos fundadores, também consta na lista dos longas a primeira exibição no Estado do provocativo Um lugar ao Sol, de Gabriel Mascaro. O documentário ganhador do prêmio de melhor filme no Festival de Gramado este ano, Corumbiara, de Vincent Carelli, e a primeira incursão no formato de longa-metragem do crítico e cineasta Eduardo Valente, No meu lugar, completam o panorama nacional formado pelo festival. Valente, além de Gomes e Pedroso, está entre as presenças confirmadas no festival. Vale lembrar que as sessões de curtas nacionais também contam com a presença de pelo menos um cineasta. Dos diretores internacionais, dois vão estar presentes nos debates que ocorrem após a exibição: Ian Strang, canadense diretor do curta Dearest, e Pablo Lamar, argentino responsável pelo curta Noche adentro.

FOCOS ESPECIAIS

A partir da programação da 54ª edição da Mostra Internacional de Curtas-metragens de Oberhausen, o curador Herbert Schwarze montou uma seleção de dois programas especiais que incluem obras do mundo inteiro. O alemão também vai estar presente durante a programação do Janela e vai participar da conversa com os realizadores, no Café Castigliani, que deve acontecer na sexta, na segunda e na próxima quarta, aberta a qualquer cineasta e com a presença dos participantes do festival. De Oberhausen chega também a mostra MuVi, que conta com videoclipes de bandas como Radiohead e The Beatles, feitos pelos próprios fãs. Seguindo essa linha, Janela aproveita a celebração dos 15 anos de lançamento dos discos Samba esquema noise, da Mundo Livre S.A., e Da lama ao caos, de Chico Science & Nação Zumbi, para fazer uma retrospectiva dos videoclipes do Estado na mostra Caos, Noise e Clipes.

(© JC Online)


Saiba+

[confira a programação completa aqui]

SITE:

JANELA INTERNACIONAL DE CINEMA DO RECIFE

VÍDEO:

Com relação a este tema, saiba mais (arquivo NordesteWeb)


powered by FreeFind